Depois de muita negociação, a presidente Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira os nomes de 13 ministros para compor seu novo gabinete no segundo mandato e acomodar aliados que a ajudaram nas eleições e também nas votações do Congresso Nacional. O PMDB, maior partido da base e sigla do vice-presidente da República, Michel Temer, ampliou o número de ministérios de cinco para seis. O partido deixa de controlar o Ministério da Previdência, mas deterá o controle da Secretaria dos Portos e do Ministério da Pesca e mantém o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), agora sob o comando da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO).

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O nome da senadora reeleita por Tocantins Kátia Abreu, agora atuando pelo PMDB, já era cotado para o cargo e causou polêmicas entre os movimentos sociais. Na semana passada, era esperado que Dilma confirmasse a nomeação durante cerimônia em que Kátia foi empossada para um novo mandato como presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). No mesmo dia, cerca de 60 manifestantes ligados a movimentos sem-terra invadiram a sede da CNA em Brasília protestando contra a escolha da nova ministra.

Apelidada de "rainha da motosserra" e "miss desmatamento" pelo movimento Greenpeace e com um longo histórico de controvérsias com movimentos sociais, Abreu sofreu resistência até por parte de um gigante do setor agropecuário, a JBS, principal financiador da campanha a reeleição de Dilma Rousseff. Nem mesmo na bancada ruralista seu nome era unanimidade. Alguns expoentes do grupo, entre os quais o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), preferiam a manutenção do ministro Neri Geller no cargo. Parte da resistência deve-se ao fato de que ela se filiou ao PMDB há apenas um ano. Mas o atual presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS), diz que Abreu terá todo o apoio do grupo.

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Tendo resistido a tantos ataques à sua nomeação, ela chega como ministra forte no governo e, apesar de colecionar polêmicas, é vista tanto por simpatizantes como por críticos como um nome capaz de fortalecer o ministério em meio a um momento difícil para o setor. A pasta, que está nas mãos do PMDB desde 2007, tem tido atuação apagada e a alta rotatividade no comando da pasta se intensificou no governo Dilma: foram quatro ministros em quatro anos. A expectativa é de que com Kátia o Mapa ganhe relevância e seja tratado em pé de igualdade com outros ministérios importantes. Isso pode ser fundamental para garantir verbas a um setor que passa por um momento delicado de queda acentuada de preços.

Em nota, o Sistema Ocepar declarou apoio à nomeação da senadora. “Por ser presidente da CNA, Kátia já conhece o setor, tem uma vivência dentro da área e sabe quais são os problemas enfrentados pelos agricultores no dia a dia. Assim, ela tem condições de ajudar a resolver uma série de problemas. A grande vantagem é que, além desse conhecimento, ela possui um trânsito muito bom no Congresso Nacional, o que poderá ajudar na tramitação de projetos de interesse do setor agropecuário”, afirmou o presidente da entidade, João Paulo Koslovski.