Apesar da maior disponibilidade de semente neste ano, a correria para antecipar o cultivo de soja e emendar, logo em seguida, o de milho safrinha, provoca falta de cultivares da oleaginosa de ciclo precoce. Segundo a Associação dos Produtores de Sementes e Mudas do Paraná (Apasem), houve empenho para que o problema não se repetisse, mas a concorrência tende a elevar os preços atuais.
No ano passado, o produtor comprava o quilo de semente de soja por preços entre R$ 0,80 R$ 1,5. Agora a variação é de R$ 1,5 a 2,20. O temor é que o preço maior chegue a R$ 3, revela o diretor-executivo da Apasem, Eugênio Bohatch.
Ele conta que a produção de semente aumentou de 4 milhões para 4,2 milhões de sacas de 50 quilos nos últimos dois anos. A comercialização está em 75%, dez pontos avançada em relação ao índice observado nesta mesma época do ano passado. A princípio, só há risco de falta de semente para a soja precoce.
A procura por semente de soja transgênica tende a aumentar cerca de 10%, de acordo com a previsão dos multiplicadores. Das cerca de 210 mil toneladas de cultivares em geral distribuídas no estado, 48% são geneticamente modificadas e 52% convencionais, conforme a Apasem. A entidade prevê que o cultivo transgênico chegue a 60% no Oeste, a 50% no Norte e a 42% no Centro-Sul, que abrange os Campos Gerais.
As estatísticas da Apasem não consideram todo o plantio. A própria entidade calcula, a partir do tamanho da área cultivada (4 milhões de hectares), que 30% das lavouras de soja são cobertas com grãos salvos de uma safra para outra pelos próprios produtores ou com sementes piratas. O segmento, que no ano passado teve de destinar 55 mil toneladas de semente a outros fins no estado, tenta reduzir essa proporção e pressiona o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a realizar operações fiscais contra a pirataria nas próximas semanas.
Em relação à semente de milho, as estatísticas são menos reveladoras. Isso porque, boa parte do cereal jogado ao solo no Paraná vem de São Paulo. Os multiplicadores paranaenses teriam colhido 16 mil toneladas para esta safra de verão, 60% a mais que no ciclo anterior. No entanto, essa quantidade ainda representa um terço do que estados como Goiás e São Paulo produzem, apesar da tradição paranaense no milho. O resultado é que mais da metade da semente precisa ser importada.
Não há indicações precisas também sobre quanto o Paraná deverá cultivar de milho transgênico. Produtores das regiões Sudoeste e Norte confirmam estar testando a opção, que mata a lagarta-do-cartucho. As multinacionais Monsanto e Syngenta dizem que há semente disponível em quantidade suficiente apenas para testes. A Bayer CropScience só deve lançar o milho Liberty Link, tolerante a herbicida, na próxima safra. (JR)
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