Entre a cruz a espada. A lavoura de milho, que teve seu desempenho comprometido devido à falta de chuva, agora é prejudicada pelo excesso de água e umidade. Em algumas regiões do estado, o cereal que está em ponto de colheita terá problemas de qualidade. Na propriedade de Osmário Borato, em Ponta Grossa, as precipitações da semana passada impediram as colheitadeiras de entrar em campo. Com isso, as perdas de 40%, resultantes da seca, podem ser ainda maiores, calcula o produtor, que teme pelo desconto na hora da comercialização, por conta dos grãos ardidos em virtude da umidade.
Ele conta que o tempo seco intensificou o ataque de pragas. "O furo na palhada, feito pela broca, permite agora a entrada e o acúmulo de água na espiga", explica. Se a chuva permitir, Borato espera colher 5 mil quilos por hectare, contra uma média acima de 9 mil quilos. Na soja, que começa a ser colhida dentro de 30 dias, espera 3 mil quilos por hectare, com uma quebra inferior a 10%.
Para o produtor João Bento Alves, de Curiúva (Norte Pioneiro), o clima foi duplamente ruim também para a soja. Depois da seca do ano passado, as chuvas de janeiro e fevereiro fizeram com que parte dos grãos da oleaginosa ficassem ardidos. Com um punhado de sementes na mão, ele aponta os grãos esverdeados e diz que a culpa foi da umidade excessiva na hora errada. "Isso tudo é descontado do produtor na hora da entrega." As perdas na oleaginosa devem ser de 50% em sua propriedade.
Ainda não é hora de reclamar, avalia Mário Henrique Pires, de Florestópolis (Norte). Ele conta que, em dezembro, temia não colher nada. Mas as frentes frias que chegaram ao estado em seguida favoreceram a cultura. Se as precipitações frequentes não forem muito longe, a lavoura deve render 2,3 toneladas por hectare. "As chuvas melhoraram muito as condições da soja até agora. Se houver problema de umidade em excesso, em meu caso, será só na colheita." A saída é torcer por sol firme antes do fim da época de retirada da produção, que começa mês que vem.
As chuvas aumentaram drasticamente nas últimas semanas. Nos Campos Gerais, por exemplo, choveram 150 milímetros nas duas últimas semanas, volume equivalente ao total de dezembro, quando houve chuvas em períodos isolados. Em janeiro, as precipitações passaram de 350 milímetros, conforme monitoramento dos produtores de Tibagi.
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