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O primeiro foco de "greening" no Paraná foi localizado em dezembro do ano passado, em Altônia, na região de Maringá. A Secretaria de Estado da Agricultura (Seab) fez um levantamento em um raio de 5 quilômetros e identificou outras 12 propriedades contaminadas. Uma outra área em Sabáudia, na mesma região, também registrou a praga em maio, e há suspeita em Cruzeiro do Sul.

A doença provoca o amarelamento dos ramos e faz com que os frutos não se desenvolvam normalmente. Inofensiva ao homem, causa grandes prejuízos à produção.

A orientação tem sido a medida mais usada pelas autoridades no combate à praga. Se as discussões e o material informativo não detêm o "greening", os produtores são obrigados a derrubar os pomares suspeitos. A Seab se baseia na Instrução Normativa 32 do Ministério da Agricultura e na Resolução 037/2006 do governo estadual, que remetem ao produtor a responsabilidade de identificar e eliminar as plantas contaminadas.

O produtor é forçado a erradicar as plantas e raízes doentes e a deixar a área vazia por seis meses. Não fica proibido de plantar citros de novo, mas tem a recomendação de montar pomares em outra parte da propriedade.

A prevenção implica ainda na erradicação da murta, planta usada em ornamentação urbana. As murtas são hospedeiras do inseto Diaphoria citri, o vetor do "greening". Em Paranavaí e Nova Esperança, existe uma campanha pela eliminação dessa planta.

Ainda não foi identificada a origem do "greening" no Paraná. Uma das suspeitas dos técnicos do setor é que a bactéria possa ter entrado no estado em caminhões que transportam mudas clandestinas e até mesmo frutos de um estado para o outro. Em Cambé, foram apreendidas 2 mil mudas clandestinas de laranja no início do mês. A doença foi registrada pela primeira vez no Brasil em 2004, em Araraquara, São Paulo, estado líder na produção da fruta e que, por isso, corre maior risco.

Citricultor teve prejuízo de R$ 18 mil

Não há cura para o "greening". Ao se confirmar a doença, o pé deve ser erradicado. Foi o que aconteceu na Chácara São Geraldo, na zona rural de Altônia, divisa com Mato Grosso do Sul – primeira propriedade do Paraná a registrar a praga. Tanto o proprietário quanto os funcionários teriam tomado os cuidados para eliminar a doença, que ainda não teve a origem identificada.

A estimativa inicial é de prejuízo de aproximadamente R$ 18 mil nesta safra. Já foram erradicados 800 pés de laranja, o que representa perda de 2,5 mil caixas de fruta. O prejuízo pode ser maior. "Devemos plantar mandioca por um ano e depois voltaremos para a laranja", diz o agricultor Antonio Luiz Porcela, que administra a propriedade.

A chácara de 11 hectares tem pomares desde 1993. As 3,2 mil laranjeiras ocupam 80% da área. Na safra do ano passado, renderam 9 mil caixas de 25 quilos.

Os técnicos da Seab visitaram o pomar há duas semanas e ainda existem pés com selos de vistoria apontando frutos com suspeita da praga. Técnicos da Cocamar estão em contato constante com os 35 produtores da região, que tem 160 mil pés de laranja em 360 hectares. "Estamos preocupados, mas não deixamos os produtores se abaterem", comenta o técnico agrícola Eleandro Varlei Zanolli.

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