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Doença que ataca lavouras de citrus avança no PR e casos dobram em 2016

A Adapar registrou nestes cinco primeiros meses de 2016 mais notificações do que todo o ano de 2015 | PW/NL/PAULO WHITAKER
A Adapar registrou nestes cinco primeiros meses de 2016 mais notificações do que todo o ano de 2015 (Foto: PW/NL/PAULO WHITAKER)

A produção de citrus – laranja, limão e tangerina – representa 62% da colheita de frutas no Paraná. Dentro da citricultura, a laranja responde por 54% da produção estadual e 5,7% da colheita nacional, seguida pela tangerina, com 7%, e o limão, com 1%. Quarto produtor nacional, a laranja é cultivada em cerca de 100 municípios em 21,6 mil hectares. Para 2016, a projeção do Departamento de Economia Rural (Deral) é de uma produção de 810,9 mil toneladas, 11,6% superior à do ano passado, quando os produtores colheram 726,6 mil toneladas. No entanto, uma doença devastadora em todo o mundo tem tirado o sono dos produtores do estado.

As infecções com o greening (Huanglongbing) praticamente dobraram no Paraná entre 2015 e 2016. Segundo o coordenador de Sanidade da Citricultura da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), José Croce Filho, nas regiões onde o índice de plantas contaminadas era de 5% em 2015 saltou para 10% este ano. “A Adapar registrou nestes cinco primeiros meses de 2016 mais notificações do que todo o ano de 2015”, observa. Desde 2007 o Paraná perdeu 2,5 milhões de árvores de laranja. Deste total, cerca de 1,75 milhão de árvores tiveram que ser erradicadas por conta do greening.

Segundo o coordenador, o aumento expressivo no número de plantas doentes não se deve somente a uma epidemia, mas também devido à ação de muitos produtores. “O citricultor do Paraná tem abandonado a eliminação de plantas doentes e estão deixando de entregar à Adapar os relatórios com o número de árvores infectadas na esperança de aproveitar os últimos suspiros de produção destas plantas. Ele varre para baixo do tapete agora, mas vai pagar muito caro quando o reflexo disso aparecer, em 2017”, avalia. A penalidade para quem não entrega o relatório é multa proporcional ao tamanho do pomar, uma média de R$ 100,00 para cada mil árvores.

Por outro lado, produtores do Norte Velho e do Noroeste que acreditam na melhora dos preços da laranja para se manter na atividade estão ampliando a área de seus pomares e até plantando novas áreas por meio de medidas para eliminar as plantas doentes e controlar o inseto vetor.

Uma das dificuldades do combate ao greening é que se trata de uma doença silenciosa. Um pé de laranja infectado só começará a perder frutos de forma significativa depois de três anos. Nesse meio tempo o inseto vetor responsável pela sua transmissão, o psilídeo, já terá contaminado diversas outras plantas sadias ao redor. Calcula-se que para cada planta identificada como portadora da doença existam mais três infectadas. Por isso, quando o percentual de plantas doentes chega a 28% todo o pomar deve ser derrubado para evitar a propagação da doença.

Confira matéria completa sobre a produção de laranja no Paraná.

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