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Ano passado, o Brasil importou volume equivalente a 60% do consumo de fertilizantes e 80% do de defensivos, conforme as entidades que representam o setor. Depois de ver os preços caírem ligeiramente no último ano, a indústria de defensivos (agrotóxicos), que movimenta 70% de seu faturamento no segundo semestre, avalia a situação e está prestes a reajustar os preços de seus produtos. Os defensivos são, ao lado dos adubos e atrás apenas da operação de má­­­quinas, uma das despesas mais pesadas do produtor de soja e milho.

Se os preços dos agrotóxicos subirem 10%, conforme estimam os especialistas, voltarão aos patamares da safra 2010/11. O item era o único a apresentar redução. No Paraná, os gastos totais subiram 4% para a soja e 17% para o milho no último ano, segundo a Secre­­taria Estadual da Agricultura (Seab). E agora tendem a subir ainda mais. Os agrotóxicos e fertilizantes, juntos, representam 40% dos custos de cultivo.

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Para o diretor-executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Eduardo Daher, a interferência do câmbio é certa e acontecerá gradualmente. "O dólar não afetará os preços em um só golpe." Diferente do que ocorre no mercado de adubos, em que as compras se concentram antes do início do plantio, no mercado de agrotóxicos muita água ainda vai rolar. "A sazonalidade dos defensivos se concentra no final do ano. Nosso grande volume de entregas acontece em outubro, novembro e dezembro", disse Daher. Ao produtor, cabe torcer para que a influência da moeda americana nos preços dos grãos, no momento da venda, compense com folga os gastos reajustados.

A indústria de agrotóxicos prevê aumento no faturamento. Mesmo que o resultado de 2012 não atinja os US$ 8,2 bilhões previstos inicialmente, ficando nos US$ 8 bilhões estimados atualmente, o valor é maior que os US$ 7,2 bilhões de 2010 (cerca de US$ 900 milhões arrecadados no Paraná). Esse crescimento está relacionado à expansão da safra brasileira de grãos, cujas projeções oficiais começam a ser divulgadas em outubro.