George Alfredo Longhitano, CEO da Gdrones: recomendação é que, mesmo que tenha um drone, produtor rural busque profissionais para a análise dos dados obtidos em mapeamentos aéreos| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O mercado de drones ainda está decolando no Brasil e há um setor que está voando lado a lado com esses equipamentos: o agronegócio. “A agricultura é responsável pela metade do mercado de drones atualmente no Brasil. O restante está distribuída em infraestrutura, inspeção, torres de transmissão, entretenimento, fotografia”, exemplifica Emerson Granemann, CEO da empresa Mundo Geo.

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Os drones permitem mapear propriedades, verificar o estágio de plantio, identificar pragas e até mesmo pulverizar pontos específicos que estejam com ervas daninhas. “Também podem ser utilizados para tarefas como contagem de cabeças de gado”, reforça Granemann.

Ao mesmo tempo em que o drone reforça a agricultura de precisão, ele supre serviços manuais. “É inevitável a substituição de mão de obra para profissões como a aplicação convencional [de defensivos agrícolas]. No Japão, 90% da pulverização é feita com drones”, diz explica Francisco Nogara Netto, instrutor do curso de agricultura do Dronegócios Meeting, organizado pela Mundo Geo em Curitiba dias 6 e 7. Nogara conta que, como o drone permite o mapeamento exato do terreno, é possível automatizar tratores para as operações agrícolas.

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Por outro lado, essas aeronaves abrem portas para analistas, engenheiros e profissionais das áreas de cartografia, agronomia e florestas, que devem ser contratados para analisar as imagens geradas pelos drones. Também há espaço, claro, para pilotos. “O mercado traz espaço para quem encara como hobby ou de maneira profissional”, explica Luciano Cardoso Fucci, autor do livro Piloto de Drone, uma Profissão de Futuro.

Também é possível reduzir custos: fundador da startup Agropixel, Nogara conta que recentemente fez um trabalho em uma propriedade no estado de Goiás que, após o mapeamento, foram identificados pontos específicos que necessitavam de pulverização, reduzindo o custo em 70% com defensivos agrícolas.

Essas inovações vêm chamando a atenção das cooperativas. “Estamos buscando soluções para os cooperados, aprimorando nossa agricultura de precisão”, afirma Jomário Américo, engenheiro agrônomo da Castrolanda, e um dos participantes do curso de Nogara.

Legislação aérea para drones na agricultura

Tão ou mais importante que contar com drones é respeitar a legislação área. O CEO da Mundo Geo, Emerson Granemann, destaca que a regulamentação já existe e é feita pela ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil. Nogara Netto reforça: “O proprietário é responsável pelo uso do drone e precisa de autorização da ANAC para sobrevoar suas áreas”. A navegação aérea não é permitida perto de aeroportos e, em aglomerados rurais, deve operar no máximo a 60 metros de altura. Em áreas urbanas, só podem operar em até 120 metros de altura. Também é preciso manter distância mínima de 30 metros de aglomerações de pessoas.

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Drone para agricultura: como funciona e quanto custa?

Diversos drones pousaram na capital paranaense durante o Dronegócios Meeting. Apesar de alguns modelos passarem de US$ 40 mil, as versões mais baratas podem custam a partir de R$ 8 mil, como no caso da empresa Gdrones, de São Paulo. Mas há também a oportunidade de contratar o serviço sem comprar um drone.

“Para a agricultura, o mais importante é o tipo de câmera utilizada [para mapeamento no voo]”, afirma o CEO da empresa, George Alfredo Longhitano.

Luciano Fucci trouxe para Curitiba um pré-lançamento da Tecnodrone, com uma versão 100% Brasileira. O aparelho tem um software que apresenta um mapa de calor aéreo, identificando em tons de verde plantas em processo saudável de fotossíntese, em amarelo indicadores de estresse ou em tom vermelho áreas de plantas mortas ou sem vegetação. Isso permite a ação direta do agricultor sobre o terreno.

Os modelos de Fucci e Longhitano são parecidos com a versão da empresa Santiago e Cintra: aviões com asas ao invés de hélices e que fazem o trabalho de forma automática, retornando ao local de lançamento. O controle remoto é apenas para intervenção de segurança. “O drone é lançado e faz o levantamento rápido de 2 a 3 mil hectares para mapear a topografia da área”, explica Paulo Henrique Amorim Silva, gerente de novos negócios da Santiago e Cintra, que apresenta uma aeronave de R$ 75 mil.

Os fornecedores de drones recomendam também que, mesmo que o proprietário rural tenha seu drone próprio, contrate especialistas na análise dos resultados apresentados pelos softwares dos aparelhos, para aprimorar os resultados da agricultura de precisão.

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Paulo Henrique Amorim Silva, gerente de soluções em sensoriamento remoto da Santiago e Cintra
Rodrigo Sagareta, gerente de novos mercados da Dahua, empresa chinesa de drones
Luciano Cardoso Fucci, autor do livro Piloto de Drone e CEO da empresa Tecnodrone
George Alfredo Longhitano, CEO da Gdrones