Um bom vinho artesanal é resultado mais da natureza do que da ação humana. Depende de condições climáticas e de solo favoráveis. Ao homem cabe cultivar os parreirais, colher as uvas e processá-las. O segredo está nesta última etapa. Na simplicidade dela. Os produtores são unânimes: um bom vinho artesanal é aquele que, além de uva de boa qualidade, leva apenas açúcar cristal para melhorar a fermentação, ampliando o teor alcoólico, fundamental na conservação da bebida. "O vinho tem de ser puro, sem nenhum conservante", ensina Vitorino Miola.
A produção do vinho artesanal se concentra entre janeiro e março. Em Santa Felicidade, o preço médio é de R$ 5 a garrafa de 750 mililitros. Mesmo assim, o mercado é restrito. Esbarra na falta de hábito e poder aquisitivo do brasileiro. O consumo per capita no país é de apenas 1,8 litro por ano, enquanto na França, líder mundial, chega aos 60 e nos vizinhos do sul Argentina, Chile e Uruguai atinge 30 litros. O Paraná é o terceiro no ranking nacional, com 3,2 litros anuais por habitante, atrás de Rio Grande do Sul e São Paulo. Para comparação: cada brasileiro bebe, em média, 49 litros de cerveja por ano.
O Brasil é o 17º. país em produção de vinhos e espumantes 90% dela concentrada no Rio Grande do Sul. O setor movimenta anualmente R$ 1,2 bilhão.



