O retorno do El Niño deve dividir os ânimos entre os agricultores brasileiros e norte-americanos até o final deste ano. A América do Sul espera que a influência do fenômeno sobre o clima seja positiva para os rendimentos do campo. Já o Hemisfério Norte pode ter sua colheita prejudicada, apontam especialistas. Isso porque, além de chuvas acima do normal, o El Niño pesa sobre as temperaturas no segundo semestre. "Ele [fenômeno] deve estar de volta em agosto e setembro, no máximo. Ou seja, os Estados Unidos terão chuva e frio intensos durante o outono e o inverno", alerta Marco Antônio dos Santos, agro meteorologista do Somar.

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Ainda em fase inicial de desenvolvimento, as lavouras norte-americanas têm enfrentando chuvas abaixo da média e temperaturas mais altas do que o normal. Nos próximos cinco dias, o Noroeste e Meio-Oeste dos Estados Unidos devem receber baixo volume de chuvas, o que tende a pesar sobre as condições das plantações. Na próxima segunda-feira, o Departamento de Agricultura do país deve elevar o porcentual da área em estado ruim de desenvolvimento.

Para o Brasil, o efeito do El Niño deve ser contrário ao dos Estados Unidos. Espera-se que a segunda metade do inverno e toda a primavera sejam quentes, mas com chuvas acima da média.

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A última experiência da agricultura brasileira com o fenômeno foi extremamente positiva. Graças a bons volumes de água e temperaturas, o país colheu safra recorde de grãos. A produção de soja superou os 72 milhões de toneladas no verão, e a de milho 34 milhões de toneladas, conforme estimativa do núcleo Agronegócio Gazeta do Povo .