O PIB da agropecuária do Paraná referente a 2010 oficialmente desconhecido segue tendência menos animadora do que apontam as estatísticas nacionais do ponto de vista dos produtores. Considerado o motor da economia estadual, o setor tende a apresentar redução na renda por unidade em produtos primários. Isso porque os principais grãos tiveram queda nas cotações médias de janeiro a maio (soja -27%, milho -17,6% e trigo -16,7% que no mesmo período de 2009), conforme pesquisa da Federação da Agricultura do Paraná (Faep). Ou seja, para que o PIB cresça, é preciso um avanço significativo em volume. Se no final das contas, ainda houver retração da porteira para dentro, o agronegócio precisará compensar a desvantagem melhorando o desempenho de segmentos como o da carne de aves, o da cana-de-açúcar e o da indústria de alimentos.
Determinada pelos índices periódicos, a participação do agronegócio do Paraná na economia estadual, estimada em um terço, cresce à medida que o setor sustenta mais indústrias, expande canais de venda e amplia a demanda por insumos. As metodologias adotadas atualmente não revelam números exatos. Um outro fator impede uma avaliação precisa e atualizada: o tempo gasto nos cálculos oficiais.
O PIB anual do país calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado entre novembro e dezembro de cada ano sai com dois anos de atraso. Ou seja, no fim deste ano, será conhecido o PIB consolidado de 2008. No Paraná, o IBGE tem parceria com o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), que segue o mesmo calendário. Além do PIB anual, o IBGE calcula o PIB trimestral. Os números dessa pesquisa são passíveis de revisões e não têm detalhamento estadual.
Participação
Os dados atuais do Ipardes sobre o produto interno bruto são referentes a 2007, quando o PIB do Paraná foi de R$ 161,58 bilhões ou 6,07% do PIB nacional. Na avaliação que compara 17 grupos de atividades (que somam R$ 141 bilhões), 9,48% (ou R$ 9,18 bi) são atribuídos ao grupo da agricultura, silvicultura e exploração florestal. Outros 2,08% (R$ 2,95 bi) são da pecuária e da pesca. Além desses 11,56%, o agronegócio tem fatia expressiva nas indústrias de transformação, nos transportes e nas movimentações financeiras, grupos que somaram 42% do PIB estadual de 2007. Essas participações, no entanto, não aparecem nos dados oficiais.
Uma avaliação mais ampla com um corte vertical do agronegócio é realizada por instituições como o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP). Na metodologia do Cepea, a agricultura e a pecuária deixam a condição de atividades isoladas. Os cálculos levam em conta segmentos anteriores e posteriores à atividade rural. Consideram insumos, indústria e distribuição. Por essa metodologia, a participação do agronegócio no PIB brasileiro oscilou entre 24,59% e 28,39% entre 1994 e 2008.
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