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Além de um instrumento cada vez mais indispensável de comercialização, os armazéns trabalham como um pulmão da safra de grãos. Nas principais regiões produtoras do país, como Paraná e Mato Grosso, a última temporada pode ilustrar uma situação de alerta em relação à capacidade estática do setor. A luz amarela já acendeu faz tempo. O que apareceu agora foi a luz vermelha, de perigo. Onde existem silos, eles estão no limite. Onde não existe, a falta de infra-estrutura para o recebimento de grãos trava a expansão da produção agrícola.

O que está ocorrendo agora, com, soja e milho armazenados em silos improvisados, isso quando não ficam a céu aberto, não é ao acaso e nem foi de repente. A produção bate recordes sucessivos, o próprio apoio do governo federal no Plano Safra se multiplicou, mas os armazéns não acompanham o mesmo ritmo. A iniciativa privada até que faz a sua parte, através das cooperativas, tradings ou então dentro da porteira, pelas mãos do próprio produtor. Porém, um esforço ainda pequeno diante da crescente demanda.

O poder público, então, está quase duas décadas atrasado. As mais recentes obras da Conab na ampliação da capacidade são do início dos anos 90. Somente agora, quando a produção começa a transbordar dos silos, é que a estatal retoma os investimentos no setor. Antes tarde do que nunca, já diz o velho ditado. Mas com quase 20 anos de atraso diante do crescimento da produção, o que vai exigir recursos e vontade política em dobro para recuperar o tempo perdido.

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