A polêmica que envolve setores do agronegócio e a tradicional escola de samba Imperatriz Leopoldinense, que pertence ao Grupo Especial do Carnaval carioca, parece estar longe do fim. No último sábado (7), integrantes do projeto “Beba Mais Leite” lançaram no Facebook um concurso de marchinhas a favor do agronegócio. As melhores letras serão publicadas na página do grupo e haverá ainda uma premiação em dinheiro. Uma das letras recebidas já foi publicada e tem o título de “Vaias para a Imperatriz”.
Outro lado
O carnavalesco da Imperatriz Leopoldinense, Cahê Rodrigues, usou sua página no Facebook para defender o enredo. “Nunca foi nossa intenção agredir o agronegócio, setor produtivo de nossa economia a quem respeitamos e valorizamos”, disse ele. “Combatemos sim, em nosso enredo, o uso indevido do agrotóxico, que polui os rios, mata os peixes e coloca em risco a vida de seres humanos, sejam eles índios ou não, alem de trazer danos em alguns casos irreversíveis para nossa fauna e flora”, completou.
Com o tema ‘Xingu, o clamor que vem da floresta’, a Imperatriz vai levar neste ano para a Sapucaí uma crítica ao setor e exaltar os índios da região. Na avenida, a escola vai entrar com alas batizadas de “fazendeiros e seus agrotóxicos”, “pragas e doenças”, “a chegada dos invasores” e “olhos da cobiça”. Em um dos trechos do samba-enredo, a escola vai cantar: “Sangra o coração do meu Brasil, o belo monstro rouba as terras dos seus filhos, devora as matas e seca os rios”.
No post em que anuncia a competição, o projeto “Beba Mais Leite” explica que seus integrantes ficaram “indignados com o samba-enredo da escola”, mas que “ficar só indignado não basta”, e por isso eles lançaram o concurso. Segundo os organizadores, o “objetivo é mostrar ao país a importância do agronegócio, o setor responsável por manter o Brasil de pé nos momentos de crise e potencializar o desenvolvimento em tempos de bonança.”
Mais informações
www.facebook.com/bebamaisleite/
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