A ministra da Agricultura Katia Abreu disse nessa sexta-feira, durante sua passagem pela 55ª. Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, que não vai faltar dinheiro para o custeio da safra 2015/16, e que o anúncio do Plano Safra deve ser antecipado para o final de abril, início de maio. E tentou tranquilizar os produtores, afirmando que “nada será feito para inviabilizar a agricultura”. “Pelo contrário, estamos trabalhando para que esse setor, que sempre ajudou o Brasil a crescer nos últimos 40 anos, continue assim.”
A ministra e o presidente da Comissão Permanente de Agricultura, deputado Irajá Abreu (PSD) participaram de uma reunião com produtores rurais e representantes de entidades do setor, para discutir o Plano Safra, seguro agrícola e outros problemas fundiários e agrícolas que poderiam afetar o desenvolvimento agropecuário.
De acordo com Katia Abreu, o Plano Safra ainda está sendo trabalhado. ”Nos últimos 20 anos, o Plano Safra vem sendo anunciado em junho. O que está havendo agora é um pouco de ansiedade dos produtores por conta dos reajustes fiscais e das mudanças dos juros gerais do país que estão sendo feitas. Por isso, vamos antecipar a apresentação”, garantiu.
Segundo ela, os juros subirão sim, por conta do momento atual, mas não deverão inviabilizar o plantio. “Eu sempre digo ao ministro Levy [Joaquim Levy, ministro da Fazenda]: agricultura não é gasto, é investimento que devolve rapidamente na veia da economia, do emprego, das exportações e dá resultados”, afirmou. Ela garantiu que não vão faltar recursos para o custeio, embora não haja ampliação para investimentos.
“Teremos os volumes necessários para a safra. O pré-custeio já foi anunciado, com liberação de R$ 9 bilhões – R$ 7 bi pelo BB e R$ 2 bi pela Caixa – para o Pronanp, que atende médios produtores, com juros de 6,5%”, disse. Katia Abreu não quis antecipar os juros do financiamento de custeio porque “cabe à Presidente da República fazer o anúncio geral”.
Sobre a reivindicação das entidades de aumento de 15% no volume de dinheiro para investimentos, a ministra disse que o momento é complicado para isso. “Nos últimos quatro anos, foram financiadas 298 mil máquinas, totalizando R$ 40 bilhões de reais, com juros de 2,5% a 6,5% nos planos do PSI ao Moderfrota. Vamos continuar com os programas, mas os volumes estarão sendo priorizados para o custeio.”
Segundo a ministra, as dívidas com o seguro rural da safra 2014/15 já estão acertadas. “No ano passado, tivemos um problema de empenho de parte do orçamento do seguro – um episódio único que não deverá mais se repetir – de um total de R$ 700 milhões. Vamos pagar toda a conta e continuar incentivando seguro agrícola porque é uma necessidade para o país”, afirmou. De acordo com ela, as dívidas já foram parceladas, mas ainda falta o empenho definitivo de R$ 300 milhões, o que deverá ocorrer nos próximos dias através de uma Medida Provisória. “Com isso, já estamos negociando os valores para os próximos plantios”, afirmou.
O presidente da Cooperativa Integrada e diretor da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Jorge Hashimoto, que participou da reunião com a ministra e deputados, disse que esperava mais garantias que a produção rural não seria prejudicada. “O anúncio que os juros vão subir não agrada porque todo mundo está sofrendo com os aumentos. É diesel, imposto, energia, subiu tudo. Teremos que repassar tudo isso ao consumidor e os alimentos vão subir”, afirmou.
Lula vai trabalhar crise dos deportados internamente sem afrontar Trump
Delação de Mauro Cid coloca Michelle e Eduardo Bolsonaro na mira de Alexandre de Moraes
Crise do Pix, alta de alimentos e Pé-de-Meia mostram que desconfiança supera marketing de Lula
Tiro no “Pé-de-Meia”: programa pode levar ao impeachment de Lula; ouça o podcast