Os apelos do governo brasileiro não foram suficientes para suspender o embargo russo às carnes bovinas, suínas e de frango de três estados: Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Ao todo, 85 frigoríficos estão, desde ontem, impedidos exportar para a Rússia, por tempo indeterminado. O segmento que mais sairá perdendo, se não houver um acordo, é o de carne suína, que envia mais de um terço de suas exportações ao mercado russo.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) alega ter enviado toda a documentação necessária para a suspensão do embargo. No entanto, o governo russo manteve sua posição.
Os exportadores brasileiros preveem que a situação deve se prolongar ao menos até o fim deste mês. Uma missão técnica do Brasil embarcará para Moscou em busca de um acordo.
Os segmentos de carnes bovina e de aves são os menos afetados. Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Jorge Camardelli, como há frigoríficos de carne bovina espalhados por todo o país, haverá um remanejamento. Ou seja, estabelecimentos que se encontram em outros estados que não são objeto de restrição podem passar a fornecer ao mercado russo.
"A Rússia é um parceiro importante, que compra e paga corretamente. O ideal é que cumpramos todas as regras, para evitar problemas", disse Camardelli.
A União Brasileira de Avicultura esclareceu que ainda é preciso esperar um pouco mais para se analisar o impacto da nova restrição. A entidade considera que a parcela de frango exportada para a Rússia é pequena, de cerca 3,7%.
Desde que a Rússia anunciou o embargo, o que se vê são trocas de farpas entre o setor privado, o governo brasileiro e o russo. O Ministério da Agricultura se disse surpreso com o bloqueio e afirmou que a medida não tem embasamento técnico.
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