A produção de grãos no Brasil, na Argentina e no Paraguai segue a mesma empolgação. A demanda internacional crescente e a produção limitada nos Estados Unidos anuncia que há espaço para que a América do Sul amplie sua participação no comércio global de milho e soja. No entanto, ao mesmo tempo em que o plantio avança, começam a surgir previsões que preocupam toda a região, principalmente da linha do mapa do Paraná para baixo.
É justamente nessa parte do território sul-americano que pode faltar chuva durante a ocorrência do fenômeno La Niña. E a previsão de estiagens vem sendo confirmada. Há indícios de que pode faltar água um mês antes do que o estimado inicialmente, já a partir de dezembro.
Além disso, num momento em que o plantio avança em clima de grandes apostas, os especialistas alertam que não podem ser descartadas quedas nos preços, principalmente no Brasil. Isso porque há boas chances de o dólar voltar à casa de R$ 1,7 ou R$ 1,6. Se isso ocorrer e os preços internacionais não se valorizarem, as vendas que forem realizadas na colheita tendem a render menos do que as já contratadas, que fixaram os preços futuros entre R$ 45 e R$ 50/saca de soja.
Projeções à parte, o que se vê no campo é uma safra de apostas de peso na América do Sul. Regiões com recordes de produção, como as apresentadas na reportagem de capa de hoje do Caminhos do Campo, estão servindo de referência para outros centros produtivos. O continente dá passos significativos que podem melhorar sua condição econômica a partir do fornecimento de grãos e de alimentos industrializados ao mercado global. E essa meta se reflete também na adoção contínua de novas tecnologias, como a da semente de soja desenvolvida pela Embrapa e pela Basf, outra reportagem desta edição. Boa leitura!
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