A Sociedade Rural Brasileira (SRB) defendeu nesta quinta-feira (2) o apoio à venda de terras brasileiras para estrangeiros. O posicionamento enfatiza que a entidade defende uma liberação “total e irrestrita” para que seja garantida a segurança jurídica e a retomada de investimentos no país. Desde 2010, parecer da Advocacia Geral da União proíbe a comercialização de terras de grande parte a pessoas nascidas fora do Brasil.
A instituição diz que se posiciona nesta quinta em “resposta à movimentação de grupos minoritários do agronegócio à sinalização que teria sido dada pelo presidente interino da República, Michel Temer, de rever o parecer” da AGU. “Defendemos tratamento isonômico entre empresas brasileiras de capital nacional e empresas brasileiras de capital estrangeiro. Investidores sérios não têm cara ou nacionalidade”, diz o presidente da SRB, Gustavo Diniz Junqueira.
Movimentações
Temer quer rever proibição de compra de terras por estrangeiros
Limitação da compra de terras por estrangeiros foi consequência de um parecer da AGU de 2010 que aumentou o controle sobre a venda de terras agrícolas de grande porte
Leia a matéria completaDe acordo com o documento, Junqueira teve uma reunião em Brasília com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello para tratar do assunto. O posicionamento informa também que o presidente da SRB esteve com o ministro da Agricultura Blairo Maggi para tratar do projeto de lei (nº 4059 de 2012) que tem o objetivo de cancelar a proibição da venda de terras para estrangeiros.
Segundo a SRB, Maggi é favorável ao projeto, mas defende que sejam estabelecidas limitações em áreas de grãos, mantendo liberação irrestrita apenas a outras culturas. Dentro desses itens estão cana, laranja e eucalipto. Maggi defende que estrangeiros possam comprar terras apenas em áreas distante das áreas de grãos do Centro-Oeste.
Sobre esse posicionamento, a SRB diz que “não há razão para reservas de mercado e que não existe área dedicada a uma ou outra cultura, pois toda atividade agropecuária necessita de volumes expressivos de recursos além dos disponíveis atualmente entre os investidores brasileiros”, informa. “Apesar da controvérsia, contudo, é consenso entre o governo e a iniciativa privada que o Brasil precisa atrair investimentos produtivos”, completa.
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