A tendência das cotações da soja chega a uma encruzilhada com as chuvas nos Estados Unidos e a oferta limitada na América do Sul. Esses dois fatores pedem alta nos preços, mas há risco de redução na demanda chinesa, principal cliente de exportadores como o Brasil.
Indústrias com forte participação no mercado cogitam redução da produção de suínos na China. “A margem do produtor de suíno está muito ruim. Esse é um ponto muito grande de preocupação nossa”, disse um diretor da trading Louis Dreyfus Commodities, Luis Barbieri.
A carne suína é a mais consumida na China. São cerca de 38 quilos por habitante ao ano, ante 10 quilos de carne de aves e apenas 4 quilos de carne bovina. A produção de suínos vem usando cada vez mais ração, o que eleva a demanda por soja industrial e explica em parte o contínuo crescimento das importações chinesas. Uma retração no setor é fator determinante para o mercado, comparado ao comportamento do clima no Corn Belt dos Estados Unidos.
Setor chave
60% da demanda por soja na China são atribuídos à suinocultura. Uma queda no consumo estaria reduzindo as margens dos produtores.