Os primeiros traços do cenário da safra 2011/12 foram marcados na última semana a partir dos números divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o USDA, no Outlook Forum. Os dados sobre o plantio norte-americano, que começa em março, indicam nova aposta no milho. A tendência é que haja, mais uma vez, folga para crescimento na produção de soja no Hemisfério Sul.
Enquanto a oleaginosa mantém 31,5 milhões de hectares nos Estados Unidos, o cereal ganha espaço e atinge 37,2 milhões de hectares, área 4,3% maior que a da temporada passada. Parece notícia repetida, mas não é. Se na dúvida os produtores norte-americanos costumam apostar no milho, quando há demanda crescente a opção é certeira. Haverá maior investimento também no trigo, que avança 6,3% e ocupa 23 milhões de hectares.
A área de plantio cresce, considerando todas as culturas, perto de 4 milhões de hectares nos EUA, o equivalente a 85% da área da soja no Paraná. É um avanço expressivo, que deve resultar em mais milho e trigo no Hemisfério Norte.
O crescimento da demanda por soja, por sua vez, tende a ser suprido por países como Brasil e Argentina, como vem ocorrendo nos últimos anos. A notícia é positiva para a agricultura brasileira. O país tem mais condições de competir no mercado internacional com a soja do que com o milho.
A produtividade média da soja no Paraná na safra atual deve passar novamente de 3 mil quilos por hectare, índice maior que o de muitas regiões dos Estados Unidos. No milho, no entanto, os EUA seguem na dianteira. Atingem médias de 12 mil quilos por hectare sem muito esforço, o dobro do índice do Paraná. Resta ao Sul torcer para que a demanda pela oleaginosa continue firme.