• Carregando...

As áreas que concentram os investimentos das cooperativas são consideradas estratégicas, definidas a partir de demandas internas e mundiais por alimentos, energia e logística. O melhor exemplo é o setor de carnes, que vai receber a maior parcela de recursos – R$ 360 milhões. As cooperativas tentam se antecipar à tendência de aumento no consumo mundial de aves e na demanda interna por industrializados de suínos.

"O mundo tem 6,4 bilhões de habitantes e consume 80 milhões de toneladas de aves. Em 2025, os 7,7 bilhões de habitantes vão consumir perto de 113 milhões de toneladas", compara o diretor-presidente da Coopavel, Dilvo Grolli. Ele avalia que o Brasil tem competitividade para fornecer a carne que vai faltar. A cooperativa possui cerca de 3 mil associados em 17 municípios da região de Cascavel (Oeste), onde investe R$ 62 milhões num novo frigorífico que permitirá dobrar, em 2008, a capacidade de abate de aves, hoje em 140 mil por dia.

Essa mesma avaliação embasa o investimento de R$ 25 milhões que a Coopavel faz numa nova fábrica de ração. O projeto elevará a capacidade de produção de 30 para 80 toneladas por hora. A cooperativa destina ainda R$ 15 milhões às filiais, onde serão ampliadas as unidades de recebimento de grãos.

O investimento de R$ 8 milhões numa Unidade de Produção de Leitões (UPL), faz com que os investimentos da cooperativa cheguem a R$ 100 milhões. A idéia é criar um sistema de produção de suíno parecido com o de frangos, em que o criador recebe o filhote e ganha pela conversão de ração em carne, correndo menos risco com as oscilações do preço do produto in natura.

Mesmo com a carne suína abaixo do preço de custo – os criadores gastam R$ 1,68 por quilo e vendem a R$ 1,45 –, a Frimesa investe R$ 45 milhões na ampliação de seu frigorífico, em Medianeira (Oeste). O objetivo é aumentar a capacidade de abate de 2,2 mil para 4,5 mil animais ao dia até 2012.

"Não podemos nos fixar só neste momento para avaliarmos a viabilidade da ampliação da indústria de suínos", afirma o diretor-presidente da Frimesa, Valter Vanzella. Ele avalia que o consumo de industrializados vai crescer e a Frimesa ampliará sua participação no Paraná e em São Paulo, com atuação focada em pequenos distribuidores e no varejo. A meta é recuperar o investimento em seis anos, afirma o diretor-executivo da Frimesa, Elias Zydek.

Como os industrializados têm sofrido menos com o excesso de carne suína no mercado, Vanzella afirma que o caminho continuará sendo agregar valor ao produto. Ele diz que essa estratégia vem garantindo remuneração aos criadores. Os 750 produtores que entregam a produção à Frimesa integram as cooperativas C. Vale, Coopagril, Cooperlac, Copacol e Lar.

As cooperativas do Paraná já têm participação expressiva na produção de carnes. Elas abatem 1 milhão de frangos por dia, 35% da produção estadual. No caso dos suínos, recebem 6,3 mil das 15,5 mil cabeças abatidas diariamente no estado.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]