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recorde atrás de recorde

EUA caminham para maior safra de soja da história pelo segundo ano consecutivo

Novo relatório do USDA traz rendimento de 55,9 sacas por hectare contra as 54,6 sc/ha que os analistas estimavam. | JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO
Novo relatório do USDA traz rendimento de 55,9 sacas por hectare contra as 54,6 sc/ha que os analistas estimavam. (Foto: JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO)

O novo relatório do departamento de agricultura dos EUA, o USDA, divulgado nesta terça-feira (12) caiu como um balde de água fria sobre o mercado. Contrariando as expectativas, o órgão ampliou as projeções de produtividade, tanto para a soja quanto para o milho.

No caso da oleaginosa, o documento traz o rendimento de 55,9 sacas por hectare (alta de 1,2 % sobre o último número, de agosto), contra as 54,6 sacas/hectare que os analistas estimavam.

Para o cereal, o USDA prevê 177,7 sacas/hectare (+0,18%), ao passo que o mercado acreditava em 175,7 sacas/hectare.

O resultado é que a colheita de soja deve chegar, de acordo com as projeções, a 120,6 milhões de toneladas, reafirmando a posição dos norte-americanos como maiores produtores mundiais, quebrando o recorde histórico pelo segundo ano consecutivo. No começo da safra, apesar do aumento de 7,25% em área, o USDA trabalhava com uma colheita pouco acima de 115 milhões de toneladas. Na temporada 2016/17, a safra havia sido de 117,2 milhões de toneladas.

Para o milho, a safra deve chegar a 360,3 milhões de toneladas, 0,8 milhão acima da última projeção, de agosto. No ciclo 2016/17, a produção foi de 384,8 milhões de toneladas, impulsionada pelos rendimentos recordes e também pela área. Na atual safra, a extensão dedicada ao cereal caiu 3,75%.

Análise do especialista – Camilo Motter, da Granoeste

“Assim como no mês passado, tivemos uma nova surpresa. O mercado esperava corte de produtividade no milho e na soja, com consequente queda de produção e menores estoques. E veio exatamente o contrário. O USDA aumentou a produtividade de soja para 55,9 sacas/hectare, com produção de 120,6 milhões de toneladas. Seria um novo recorde histórico.

O que surpreende é que houve algum problema climático, e o próprio acompanhamento de safra do USDA indica que, no ano passado, havia 73% de lavouras consideradas boas e excelentes. E o último relatório, desta segunda (12), traz 60% de lavouras boas e excelentes. Ou seja, este relatório de acompanhamento indica que a produtividade deveria ser bem menor.

Para o milho, é mais ou menos o mesmo raciocínio. Com isso, aumentou a projeção de estoques. A expectativa era 55,4 milhões de toneladas de milho e o relatório veio com 59,3 milhões de toneladas, aumentando em relação ao mês passado.

O impacto para o mercado foi imediato, assim que o relatório foi anunciado os preços do milho em Chicago despencaram 2,5% e os da soja 1,5%.

O que ninguém consegue compreender é o porquê de o USDA trabalhar de forma tão diferente com os relatórios [de acompanhamento de safra, e de oferta e demanda]. Ou o ano passado estava muito alto, ou este ano é que está muito depreciado.

Estamos começando colheita agora, com aproximadamente 5% do milho. Sobre a soja, devemos ter novidades na próxima semana. Vamos ver como vão se comportar as produtividades. O mercado ficará um pouco mais lento nos próximos dias.”

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