Uma equipe da Expedição Safra RPC chega amanhã à cidade de Buenos Aires para dar início ao giro pelo cinturão de produção de grãos da Argentina. Durante o percurso, os técnicos e jornalistas cumprem agenda no Ministério da Agricultura (MinAgri) e na Associação de Cooperativas Argentinas (ACA), participam da feira Expoagro e visitam produtores das províncias de Buenos Aires, Córdoba e Santa Fe. Juntas, as regiões respondem por 81% da produção de soja e 80% da safra de milho do país.
A inclusão da Argentina no roteiro da Expedição se justifica porque, além de grandes produtores de grãos, os argentinos são os maiores concorrentes do agronegócio brasileiro. Podem não produzir ou exportar tanto quanto os Estados Unidos, mas seguem o mesmo calendário de plantio e colheita e competem diretamente com o Brasil no mercado internacional de commodities agrícolas. A grosso modo, são Brasil e Argentina que abastecem o mundo durante o primeiro semestre do ano. Os dois países são responsáveis por 18% da produção e detêm 31% do comércio global de soja e milho.
Em volume, a produção brasileira é mais expressiva. Na safra 2009/10, os produtores argentinos devem colher mais de 70 milhões de toneladas de grãos 53 milhões de toneladas de soja e 17,2 milhões de toneladas de milho. No Brasil, serão quase 47 milhões de toneladas a mais 117 milhões de toneladas de grãos, sendo 66 milhões de soja e 51 milhões de toneladas de milho (verão e safrinha).
Mas os números de produção não mostram a força e a competitividade da agricultura argentina. Quando o assunto é comércio internacional, a diferença entre os dois países diminui. Neste ano, 29% da safra brasileira de soja e milho devem ter como destino o mercado externo, enquanto a Argentina deve exportar 26% da sua produção anual. As projeções são do USDA, o departamento de agricultura dos EUA.