A incerteza política e econômica que atinge o Brasil torna o ambiente de negócios mais instável em 2016, fazendo com que vários elos da cadeia produtiva do campo considerem a possibilidade de retração nas vendas neste ano. Apesar disso, a Sociedade Rural do Paraná (SRP) não reduz as expectativas para a 56ª edição da Expolondrina, que ocorre entre os dias 07 e 17 de abril. Para o presidente da entidade, Moacir Sgarioni, a forte integração que o evento proporciona entre o campo e a cidade garante equilíbrio em termos de público e faturamento. Uma agenda reforçada de shows é a grande aposta para driblar a retração do público ocorrida no ano passado. Confira as expectativas para a feira neste ano na entrevista abaixo.
Quais as novidades que a feira promete para este ano?
Nossa agenda de palestras técnicas está bem mais rica do que a do ano passado, falando sobre turismo rural, ecologia, mulheres de negócios, segurança no campo, controle de pragas, rastreabilidade de animais. Também temos como destaque a criação do 1º Hackathon Paranaense do Agronegócio, no qual os participantes terão que desenvolver em tempo recorde um software que atenda o desafio estabelecido pela organização. Na área de alimentação vamos oferecer pela primeira vez a Expo Food Truck. Além disso eu considero a grade de shows, uma das melhores dos últimos 15 anos.
Algumas grandes empresas de máquinas agrícolas deixaram de participar de grandes feiras neste ano, como foi o caso do Show Rural Coopavel. O mesmo ocorreu na ExpoLondrina?
As quatro principais revendedoras que não estiveram no Show Rural estarão na feira.
Esse desarranjo [político] não é benéfico para ninguém. Então isso é uma perda de tempo absurda. Perde-se tempo e dinheiro.
Qual a expectativa em relação a público e negócios?
Em novembro e dezembro eu estava mais preocupado do que estou agora. Porque eu não tinha certeza se as empresas de carros viriam ou se as empresas de maquinários confirmariam presença. Eu trabalho sempre com o número do ano anterior. Ano passado perdemos público nos shows, mas crescemos em público no parque. Para esse ano, a programação musical está muito boa, então pode ser que de repente suba o público. A economia pode interferir? Pode. Uma mudança é que nós teremos menos leilões, porque quando você tem um mercado aquecido é mais fácil você vender na fazenda do que na exposição. Mas para a parte comercial, seguramente vamos atingir o mesmo número de expositores e o mesmo faturamento do ano passado.
Nós temos a integração campo-cidade, com pessoas que vão comprar lembrancinhas de R$5 no pavilhão da agricultura familiar e outros que vão comprar uma máquina de R$ 1 milhão. Então é um evento de vários segmentos da economia. Nós estamos mantendo o mesmo preço do ingresso há quatro anos. É um preço bem popular, que praticamente só nos paga os custos. Mas temos que fazer um esforço porque é um evento popular e precisamos trazer pessoas e famílias para dentro do parque e ter público.
Como o possível fim da vacinação contra a febre aftosa afeta o ambiente da feira, fortemente ligado à pecuária?
Por enquanto o clima está normal. Desde 2012 eu defendo que o Paraná é um estado importador e exportador de genética e de animais. Você limitar fronteira está indo na contramão da modernidade do estado. O mundo globalizado abre fronteiras, não limita. E o sonho do estado livre de febre aftosa sem vacinação tem que ser uma política da União e que está caminhando para isso. Muita gente fala que a vacinação deste ano será a última, mas nós vamos continuar brigando para não ser, a não ser que outros estados também façam isso. Para se ter ideia, antes do gado de elite 70% era de fora do estado. Nós estamos discutindo com o estado os prós e contras, os riscos do Paraná ficar isolado. Santa Catarina fez e os benefícios são mínimos. Então eu sou contra porque você não vai mais conseguir trazer genética de ponta, touros de outros estados e limitar a qualidade da genética do rebanho do Paraná.
Como o senhor está avaliando a atual crise política e como ela deve impactar o agronegócio e a feira?
Esse desarranjo não é benéfico para ninguém. Eu lamento mais a incompetência de gestão. E isso não sei se esse governo tem condições de melhorar. Acho que não tem mais crédito suficiente para atrair investidores, inclusive internacionais. É lamentável. Temos muito potencial, solo, topografia, gente trabalhadora, uma indústria promissora, mas precisamos de políticas adequadas, gente séria e ter competência para conduzir. Então isso é uma perda de tempo absurda. Perde-se tempo e dinheiro. Não estamos discutindo a legalidade da mudança ou não, nós acreditamos que dificilmente esse governo volte a ter condições de conquistar investidores. Já deu demonstração de incompetência da administração da economia. Então nosso receio é que se prolongue esse governo e a gente continue penalizado. Quanto mais se prolongar pior fica.
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