De acordo com levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes) com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), o fim de embargos à carne bovina in natura do Paraná e o dólar mais favorável impulsionaram as exportações do setor em 2016. De janeiro a maio desse ano, o estado exportou US$ 41,9 milhões em carne bovina, volume 265% maior do que os US$ 11,5 milhões registrados no mesmo período do ano passado.
“O Paraná recuperou a credibilidade internacional no serviço de sanidade. Sem sanidade animal não tem negócio de exportação. Agora o desafio é buscar mercados de qualidade, que compram cortes nobres e pagam bem”, diz o diretor presidente da Adapar, Inácio Afonso Kroetz. Nos últimos dois anos, de acordo com ele, pelo menos 18 países já retiraram restrições impostas à importação da carne do Paraná.
Somente o Irã, que retirou suas restrições em 2015, respondeu por 49,62% dos embarques de janeiro a maio, com US$ 20,8 milhões. O fim do embargo coincide com um momento mais favorável da economia iraniana, com a volta ao mercado de petróleo depois de quatro anos, com o fim das sanções impostas ao país.
Hong Kong ficou na segunda posição entre os principais mercados, com 18% de participação. Os volumes exportados somaram US$ 7,56 milhões, 15% superiores aos registrados em igual período de 2015. O Chile ficou na terceira colocação, com US$ 7,49 milhões e 18% de participação.
Quanto mais diversificado o portfólio de países de destino, melhor aproveitamento para a carne do boi. A Europa, por exemplo, prefere cortes mais nobres, os traseiros. Já o Oriente compra mais dianteiros. Os iranianos compram animais com até 30 meses e os cortes têm que respeitar o Halal, que segue os preceitos da lei islâmica.
Bom momento
Se mantido o ritmo, o Paraná inverterá a queda nas exportações de carne bovina registrada no ano passado. Em 2015, os embarques de carne in natura e industrializada somaram US$ 77,4 milhões, 15% menos do que em 2014.
“As liberações abrem boas perspectivas para as exportações de carne do Paraná ao longo do ano, principalmente se o câmbio de mantiver favorável. O mercado externo ajuda a compensar a retração das vendas no Brasil, prejudicadas pela queda do consumo. “As exportações são importante e a continuidade do seu crescimento vai depender do comportamento do dólar e da economia dos países compradores” diz Kroetz.
O Paraná tem o décimo maior rebanho do país, com 9,2 milhões de cabeças, o que representa 4,3% do total do Brasil. “O fim de todos esses embargos atesta a qualidade e a sanidade do rebanho paranaense”, afirma.
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