Uma reunião com representantes de 14 estados, em Curitiba, na manhã desta sexta-feira (20), deixou claro que o Paraná terá de reforçar o controle do trânsito de animais para conseguir se tornar área livre de peste suína e destravar exportações. Será necessário contratar 169 servidores para a Agência de Defesa Agropecuária (Apapar) e construir ou reformar 23 barreiras nas divisas.
No último semestre, Santa Catarina e Rio Grande do Sul conseguiram encaminhar solicitação -- via Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) -- para a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), mas o Paraná não cumpriu as exigências do governo federal e não foi incluído na reivindicação de área livre de peste suína sem vacinação.
O diretor de Saúde Animal do Mapa, Guilherme Marques, disse que, "para a condição sanitária atual, não há problema" no controle sanitário de suínos no Paraná. O estado é livre de peste suína sem vacinação desde 1994.
Porém, para alcançar o status internacional de área livre sem vacinação, o Paraná "tem de demonstrar mais proteção" e precisará contratar os 169 técnicos já concursados para trabalhar na Adapar "até abril", afirmou Marques.
Além disso, apontou que é indispensável o funcionamento efetivo das 23 barreiras fixas nas divisas e a adoção de barreiras volantes, que farão inspeções em veículos que circulam no interior do estado.
Governo estadual
O secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, disse que, apesar da necessidade de conter gastos, o governo do estado vai contratar os 169 técnicos em 2 de maio. Ele toma esse prazo como referência após reuniões com representantes de outras secretarias estaduais.
O concurso foi em junho do ano passado. Chamou 197 aprovados para a Adapar e 169 se apresentaram a vagas de agrônomos, veterinários, técnicos de laboratório e técnicos de meio ambiente. Eles vão se juntar aos 760 integrantes da Adapar, criada na gestão passada.
O presidente da Adapar, Inácio Kroetz, afirmou que a iniciativa privada vai ajudar a construir a reformar postos de vigilância sanitária. Para cinco dos 23, bastariam reformas, para os demais, são necessárias obras que significam reconstrução, contou.
Parte dos postos foi construída como unidades da Receita Estadual, ou seja, voltadas para fiscalizar a saída de veículos. As novas estrutura deverão controlar principalmente a entrada de cargas animais.
"Se a condição for essa [contratações e barreiras de vigilâncias], estamos resolvidos", resumiu Ortigara. A parte mais difícil, que envolvia o sistema de informação da vigilância, está organizada, afirmou Kroetz. Além de funcionários e estrutura física, o estado não tinha histórico de notificações suficiente para solicitar o status de área livre da peste suína sem vacinação à OIE, conforme a Adapar.
Peça chave
O diretor de Saúde Animal do Mapa disse que o Paraná é peça chave para que o país alcance a meta de garantir reconhecimento internacional a 16 estados como área livre de peste suína sem vacinação. Esse reconhecimento deve ocorrer do Sul para o Norte, começando por Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que devem ter posicionamento da OIE em maio.
O reconhecimento do Paraná é decisivo para que Mato Grosso do Sul e São Paulo estejam na lista, apontou Marques. A lista dos próximos estados a pedirem reconhecimento será encaminhada à OIE até setembro, para uma avaliação final em maio de 2016. A meta do Mapa é incluir 14 estados da metade Sul do país nessa relação.
As exigências para controle de trânsito de animais da OIE em relação à peste suína são as mesmas da aftosa. Como Santa Catarina é reconhecido como área livre da aftosa sem vacinação na organização, com sede em Paris, o modelo sanitário do estado é usado como referência.
Exportação
As exportações de carne suína passaram de US$ 1,4 bilhões (2013) para US$ 1,6 bilhões (2014). Apesar de ser responsável por 14,5 da produção nacional, o Paraná teve participação de apenas 8,3% nas exportações, arrecadando UR$ 133 milhões, conforme os números do setor.
O Paraná é terceiro em produção de suínos no Brasil. Tem rebanho de 5,3 milhões de cabeças. Oferta anualmente 600 milhões de toneladas de carne suína com 77 abatedouros, a maior parte para o mercado interno. O valor da produção é avaliado em R$ 3,52 bilhões.
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