O valor de exportações do agronegócio brasileiro bateu recorde histórico no primeiro trimestre deste ano, respondendo por praticamente pela metade de toda a pauta de vendas brasileiras ao exterior, conforme dados apresentados nesta sexta-feira por Tatiana Palermo, secretária de relações internacionais do agronegócio do Ministério da Agricultura. Ela destacou que o crescimento se deu apesar da queda quase generalizada dos preços médios dos produtos, com destaques para as vendas enviadas à Ásia.
“O setor continua dando boas notícias, com exportações que voltam a crescer em valor”.
As exportações do agronegócio chegaram a US$ 20 bilhões no primeiro trimestre do ano, crescendo 8,7% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto que os demais produtos da nossa pauta de exportações recuaram 15,6%. Com isso, a participação do agronegócio na pauta de exportações passou de 43,1% para 49,4% do total no primeiro trimestre do ano. As importações do agronegócio recuaram em 21,5% no período.
“O cenário de preços é bastante desfavorável, mas conduzimos um trabalho de abertura de mercados e nosso setor privado é muito competitivo. Assim, conseguimos compensar a queda do valor. Também houve ajuda do câmbio mais favorável, que reduziu as importações e tornou os nossos preços mais competitivos”, disse Tatiana em entrevista coletiva à imprensa nesta sexta-feira.
Na apresentação, a secretaria destacou a retomada das exportações de carnes, de milhos e de etanol. O principal destino das exportações foi a China (22%), seguida da União Europeia (20%), Estados Unidos (7%) e Japão (4%). Só a Ásia elevou sua participação nas exportações de 36,1% no primeiro trimestre do ano passado, para 41,9% neste ano.
A secretária comemorou o anúncio, nesta sexta-feira, de que as negociações comerciais entre o Mercosul e a União Europeia foram retomadas, com perspectiva de troca inicial de ofertas em maio. Para o Brasil, o grande foco da negociação com a UE em torno desse novo acordo está exatamente na questão agrícola.
“A pauta de negociações internacionais finalmente foi destravada. Vão avançar as negociações com nosso segundo maior mercado e elas serão essenciais para nossas exportações de carnes, grãos e, principalmente, frutas. As frutas pagam até 22% em tarifas na União Europeia”.
Segundo ela, com o aval do Mercosul, o Brasil também já deu início às negociações para instalação de acordos de preferências tarifárias com a China, Japão e Coreia do Sul.
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