Em plena colheita de verão, a greve dos caminhoneiros provoca falta de diesel em 20% das fazendas de Mato Grosso, estima Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) mato-grossense. A constatação veio de pesquisa com 540 produtores.
Diante da constatação, que pode interromper a retirada da soja madura do campo e provocar prejuízo astronômico, a entidade acaba de lançar nota em que "repudia a radicalização do movimento dos caminhoneiros".
Na avaliação da Aprosoja-MT, "o endurecimento dos bloqueios, com o impedimento de passagem de caminhões com combustível, das cargas de grãos para os armazéns e de alimentos, está levando a produção e os municípios mato-grossenses ao caos generalizado".
Em cinco dias, a falta de diesel vai atingir 100% das fazendas consultados, acrescenta nota, que marca uma mudança de posição do agronegócio, que vinha reclamando dos prejuízos mas manifestava apoio aos caminhoneiros.
Agora, a posicionamento é parcialmente favorável. O presidente da Aprosoja-MT, Ricardo Tomczyk, diz que o setor não apoia, por exemplo, o tabelamento do frete, apesar de entender a implicação da alta no preço do diesel. "Não podemos estipular um preço fixo para algo que é regulado pelo mercado."
A nota de repúdio à radicalização dos caminhoneiros faz também cobrança ao governo "para sanar este problema e, também, para garantir a ordem e o direito dos produtores de colher e transportar a safra".
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