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Fantasma da aftosa volta a assombrar

A confirmação de um novo foco de febre aftosa no município de Japorã, Mato Grosso do Sul, a pouco mais de 20 quilômetros da divisa com o Paraná, coloca pecuaristas e autoridades sanitárias em alerta novamente. Quando tudo parecia estar indo bem, com o fim dos sacrifícios nos dois estados – mais de 40 mil animais foram abatidos –, o vírus reage e sugere que a batalha para conter a doença está apenas começando.

O Paraná montou suas barreiras, fechou a divisa com aquele estado, mas continua suscetível, mais do que nunca, ao efeito devastador da aftosa. Mesmo porque o estado ainda está apenas no início do processo de recuperação do status de área livre da doença com vacinação. Exames sorológicos do gado de 631 propriedades, que ficam num raio de 10 quilômetros dos sete focos, decretados em dezembro pelo Ministério da Agricultura, ainda não foram concluídos.

Ou seja, um cenário que só faz aumentar a apreensão da cadeia produtiva. De um lado da divisa, a confirmação de novos focos; de outro, as incertezas e especulações sobre o resultado de testes que estão sendo realizados há mais de um mês. Enquanto isso, os mercados da carne paranaense e sul-matogrossense estão fechados em mais de 50 países.

Quando a situação deve se normalizar? Em tese, as exportações devem ser retomadas seis meses após o abate do último animal dos rebanhos apontados como foco. Mas, na prática, do jeito que está, essa é uma pergunta que não tem resposta.

No atual estágio de disseminação do vírus, somente duas coisas podem ser feitas: adotar as medidas sanitárias que a situação exige para o controle da doença; e a prevenção. Essa última alternativa – aliás a mais simples – consiste na vacinação do rebanho. Se hoje paga-se um preço alto pelo ressugrimento da aftosa, é porque a prevenção, lá atrás, foi mal conduzida, se é que foi feita.

Mas que isso sirva de lição e aprendizado. Por incompetência das autoridades sanitárias, dos produtores ou até mesmo por conta das relações políticas, o fato concreto é que o estrago está feito. O que resta, nesta altura, é correr atrás do prejuízo. Primeiro, cumprindo o que determina a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) e, segundo, fazendo o correto e eficiente controle sanitário.

E a hora para isso é agora. A partir de segunda-feira, vários estados do país, entre os quais Mato Grosso do Sul e Paraná, dão início à primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa em 2006 – que também é a primeira após o reparecimento da doença. A meta é cobrir 100% do rebanho e atingir um índice recorde de imunização. Mas, para isso, é preciso contar com responsabilidade e conscientização do produtor para com a vacinação.

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