Enfraquecida pelo baixo orçamento, falta de pessoal, defasagem salarial que a fez perder pesquisadores e sucateamento de sua frota de veículos problemas agravados nos últimos governos estaduais , a Emater continuará tendo como foco a assistência ao pequeno produtor, garante o presidente da instituição, Sabino Brasil Nunes de Campos. No ano passado, quase 98% dos 170 mil atendimentos, em 100 diferentes programas, foram para agricultores familiares, pescadores artesanais, assentados e trabalhadores rurais.
A Emater foi transformada em autarquia no ano passado. Isso possibilita a contratação de profissionais por salários abaixo dos pisos das categorias e exige um planejamento burocrático ainda mais rígido. Para corrigir os baixos salários, o governo prometeu enviar à Assembléia um plano de cargos e salários da Emater. Também autorizou a contratação de 200 profissionais o último concurso ocorreu há 14 anos e a compra de 105 carros novos. Mas essas medidas poderão não ser implementadas, por causa das limitações de gastos impostas pela lei em ano eleitoral.
Ao longo dos anos, a Emater teve seu número de funcionários reduzido à metade dos 2,5 mil de 1985 para os atuais 1.182. Sabino Campos diz que seriam necessários mais 500 técnicos e 300 funcionários administrativos. Recentemente, foram tirados de circulação os carros fabricados antes de 1993. Mas o orçamento apertado limita os investimentos. Dos R$ 95 milhões destinados pelo estado neste ano, R$ 77 milhões serão gastos na folha de pagamento. Sobram apenas R$ 18 milhões para custeio.
Um dos pontos favoráveis foi a ampliação da presença da Emater no interior. Ela tem escritórios em 387 dos 399 municípios do estado, o que lhe garante uma capilaridade impensável para qualquer outra instituição rural. Segundo o presidente, as prioridades para este ano são os municípios ainda não atendidos, os com maior número de agricultores familiares e com altos porcentuais da população abaixo da linha de pobreza.
No campo agronômico, as principais diretrizes da Emater são o incentivo à agroindústria, fruticultura, produção de leite, cultivo de florestas e agricultura orgânica, que cresce 20% ao ano e já reúne 4,2 mil produtores no estado.