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Foco no consumidor impõe novos critérios à pesquisa

A pressão da demanda por alimentos exige aumento na produtividade, mas não alivia a busca por qualidade. A avaliação parte de especialistas da multinacional Bayer CropScience centrados na Alemanha, maior economia da Europa. Exportadores de tecnologia agrícola para as Américas, eles mantêm foco em engenharia genética e transgenia, apesar das sementes geneticamente modificadas serem rejeitadas no continente europeu.

Os avanços alcançados em centros de pesquisa como o de Gent, na Bélgica, um dos maiores do mundo em biotecnologia, provam que ainda é possível elevar em muito a média de 2,1 toneladas de soja por hectare em países como o Brasil. Porém, a preocupação com as propriedades de cada alimento já chegam à lavoura, com foco no consumidor mais exigente.A pesquisadora Birgitt Walz-Tylla, do gerenciamento de cadeias de alimentos da Bayer CropScience, cita o exemplo de 500 pequenos produtores de frutas do Brasil que produzem abacaxi, melão e uva de mesa mais doces para o mercado paulista.

A empresa de pesquisa e defensivos agrícolas trabalha com a previsão de que o consumo cresce e, simultaneamente, a população migra para os grupos que ingerem mais proteínas e alimentos elaborados. As estimativas indicam que a parcela das pessoas que consomem menos de 2,5 mil calorias ao dia deve cair pela metade até 2012 – redução de mais de 1 bilhão de habitantes. Os que ficam entre 2,5 mil e 3 mil calorias serão 1,3 bilhão a mais, com substituição de comida básica por carne. Os que exigem cortes nobres de carne e frutas e verduras frescas devem passar da casa de 2,5 para a de 3 bilhões, pouco menos da metade da população mundial.

"A demanda por alimentos de alta qualidade tem influência crucial na produção das commodities agrícolas", afirma o pesquisador Rüdiger Scheitza, membro do Conselho de Administração da Bayer. Em sua avaliação, as exigências não são apenas um reflexo do crescimento da renda per capita em países como China e Brasil, mas também da adoção de dieta saudável, hábito que amplia as cobranças sobre a pesquisa.

A Bayer tem 3,5 cientistas entre seus 17,8 mil funcionários distribuídos em 120 países. Os pesquisadores estão concentrados na Europa. No Brasil, são 900 colaboradores – 310 deles na unidade de formulação de inseticidas de Belford Roxo, no Rio de Janeiro.

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