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Fruticultores precisam sensibilizar

Brasília - Os produtores de maçã de Palmas (Centro-Sul) podem ter de sensibilizar o Congresso e o Executivo em Brasília para conseguirem negociar em condições especiais a dívida de R$ 10 milhões acumulada nos últimas três safras. A informação é do grupo que vem discutindo a crise regional junto ao governo do estado e ao Banco do Brasil.

Nas reuniões que vêm ocorrendo há dois meses, a maior preocupação do governo do estado é dar sustentação à atividade, conforme o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Erikson Camargo Chandoha. Cerca de 40% dos pomares de maçã de Palmas foram derrubados nos últimos cinco anos, com a redução da área a 630 hectares. A estimativa da prefeitura palmense é que mais 130 hectares sejam transformados em lavouras de grãos, áreas de reflorestamento ou pastagens nesta safra.

Os produtores pediram renegociação das dívidas à Supe­rin­tendência do Banco do Brasil no Paraná, segundo o diretor do De­­partamento de Economia Rural (Deral) do estado, Francisco Carlos Simioni. O Banco do Brasil, por sua vez, encaminhou a reivindicação aos escritórios centrais em Brasília. A instituição informou de antemão que está subordinada a regras estabelecidas pelo governo e que o caso exige negociação especial, ou seja, pode depender de votação no Congresso. O secretário Chandoha ainda aguarda explicações da institutição sobre a possibilidade de renegociação das dívidas a partir das regras em vigor.

Segundo Simioni, o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) está sendo mobilizado para ajudar na renovação dos pomares. Uma proposta coletiva para revitalização da cultura estaria sendo elaborada pelos produtores com ajuda da prefeitura de Palmas e da própria Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab). A introdução de cultivares que dão certo em outras regiões pode elevar a produtividade, aponta o agrônomo Paulo Andrade, especialista da Seab.

Os produtores estão tentando medir, a partir de laudos técnicos, a redução na produtividade de cada área para, então, relacioná-la a fatores climáticos. Essa documentação é necessária para quem quer pedir renegociação de financiamento. A produtividade caiu de 37 mil para 23 mil quilos por hectare nos últimos dois anos, mostram os dados da prefeitura de Palmas. Essa última média não seria suficiente para abrir negociações especiais coletivas.

A crise da maçã é atribuída pelo governo do estado a uma sucessão de problemas. O excesso de chuva da última safra reduziu a produtividade dos pomares, que não vinham sendo renovados – 60% deles teriam mais de 10 anos. Com produção em queda e preços pressionados pela oferta nacional, o setor não conseguiu reduzir custos e acumulou dívidas.

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