A escola técnica Fujisaki, sede do único Departamento de Maçãs no sistema de ensino japonês, vai fechar as portas ao final deste ano letivo.
Mas antes de a cortina cair sobre 71 anos de história, os estudantes secundaristas querem desenvolver e registrar uma nova variedade de maçã.
A escola de Fujisaki foi inaugurada em 1948 e seu Departamento da Maçã surgiu em 1972. Já passaram pela instituição 2.300 alunos que seguiram suas carreiras para desempenhar importantes papeis na agricultura regional. Atualmente, só resta o Departamento de Maçãs. A última turma do terceiro ano do Ensino Médio tem apenas 12 estudantes, que estão decididos a deixar sua marca na história.
Foi em Fujisaki que nasceu a variedade de maçã Fuji. O município se destaca na produção de maçãs na região de Aomori, onde estão os maiores pomares do Japão.
A escola técnica Fujisaki é um braço do Colégio de Hirosaki. Os professores do Departamento de Maçãs utilizam apostilas feitas por eles mesmos e dão aulas práticas num pomar de 3 hectares, onde os estudantes tomam conta das árvores.
Desde 2008, o Departamento de Maçãs é o único da escola. Em 2012, por causa da baixa taxa de natalidade, foi decidido que a instituição fecharia as portas ao final do ano letivo de 2018. Nesse ínterim, o produtor de maçã Masafumi Ota, de 63 anos, percebeu que algumas de suas macieiras estavam produzindo frutos com um brilho mais intenso, resultado de uma mutação genética. Pensando em dar um presente ao Departamento de Maçãs, Ota procurou a escola em abril do ano passado e sugeriu aos estudantes o desenvolvimento desta nova variedade.
As maçãs colhidas por Oda são de um vermelho profundo e contam com um bom balanço entre doçura e acidez. Para homenagear a habilidade (kosha) dos produtores locais, eles decidiram batizar a variedade de Fujikosha. Em janeiro deste ano, foi pedido o registro da variedade junto ao Ministério da Agricultura.
Enquanto se preparam para fazer a última colheita dos pomares do Departamento de Maçãs, os estudantes coletam informações sobre peso da fruta, índice de açúcar, nível de acidez e outros indicadores exigidos para registro pela legislação japonesa. Pelo fato de a Fujikosha ser considerada uma variação da maçã Fuji, ainda não se sabe se eles conseguirão registrá-la como uma nova variedade.
A expectativa é de que o reconhecimento oficial da variedade aconteça em três anos. Mesmo depois de a escola ser fechada, Ota e alguns estudantes planejam continuar com o processo de registro.
“Como últimos alunos da escola, queremos fazer a nossa parte para garantir que a maçã Fujikosha alcance sucesso em todo o Japão”, diz o terceiranista Hiroki Fujita, de 17 anos.
“As maçãs são cultivadas com carinho. Queremos celebrar a história de uma escola que foi fruto das esperanças e do trabalho de pessoas dedicadas à fruticultura”, afirma Ota.
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