A próxima safra de laranja no maior cinturão citrícola do mundo, formado por áreas do estado de São Paulo e do Triângulo Mineiro/Sudoeste de Minas Gerais, deverá ter queda de 27,62% em relação à safra passada.
A estimativa foi divulgada nesta quarta-feira (9), em Araraquara (a 273 km de São Paulo), pelo Fundecitrus (Fundo de Defesa de Citricultura).De acordo com o órgão, a safra deverá alcançar 288,29 milhões de caixas de 40,8 quilos cada. Além de inferior à última safra, que foi de 398 milhões de caixas, a estimativa indica que o total é 11% inferior à média do setor nos últimos dez anos.
O estudo, feito a partir de imagens de satélite e visitas a todo parque citrícola, mostrou que há 175,269 milhões de pés de laranja plantados e que cada um deverá ter rendimento de 1,64 caixa na safra 2018/19.
O rendimento deverá ser de 762 caixas por hectare, ante as 1.030 da safra passada, segundo Antonio Juliano Ayres, gerente-geral do Fundecitrus.
Um dos motivos para a redução é a queda no total de propriedades com laranja nos últimos anos, superior a 20%. Para ele, o greening - doença que pode levar à erradicação da planta - tem um peso grande nisso, especialmente para pequenos e médios citricultores. “Não é um problema [só] no Brasil, tem ocorrido no México, Costa Rica, países da Ásia onde a doença se instalou, com efeito devastador, principalmente em áreas menores”, afirmou.
Além da estimativa, foram divulgados também dados de um inventário do setor, que mostrou a redução na área de produção de 430 mil hectares para 401.470, entre 2015 e este ano.
Segundo Ayres, houve erradicação de pomares que estavam abandonados e produtores que migraram para outras culturas. Ainda de acordo com o estudo, os pomares de laranja irrigados, que eram 24,5% há três anos, atingiram 30,17% neste ano, o equivalente a 120 mil hectares, especialmente nas regiões central, norte e noroeste de São Paulo.
Renda
O secretário da Agricultura de São Paulo, Francisco Jardim, afirmou que o pomar paulista ainda é o maior do mundo, mas que é preciso se preocupar com o índice de pomares abandonados. “Que esse processo [de queda na produção] possa levantar também um pouco o preço. Precisamos exportar mais”, disse.
Na avaliação do professor Marcos Fava Neves, vinculado à FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, da USP, e coordenador institucional do estudo), provavelmente haverá uma ligeira reação dos preços internacionais dos sucos porque os estoques ficarão “desconfortáveis”.
“Para o produtor talvez não mexa muita coisa, [terá] menos caixas, mas um preço pouco melhor”, disse.
Desde a década de 80, o Brasil lidera a produção de laranja e responde atualmente por 61% de todo o suco da fruta consumido no planeta.
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