A estiagem no campo reduzirá ainda mais a safra de laranja no cinturão citrícola formado por São Paulo e Triângulo/Sudoeste de Minas Gerais.
Das 288,29 milhões de caixas de 40,8 quilos previstas, a safra deve alcançar apenas 273,34 milhões, ou 5,19% menos. A reestimativa foi feita pelo Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura), órgão que havia feito a previsão inicial, em maio.
O montante fica muito abaixo das 398 milhões de caixas da safra passada.
De acordo com o Fundecitrus, a quebra da safra foi motivada por uma estiagem mais severa do que a prevista para o período entre maio e julho.
A previsão indicava chuva de 101 milímetros no período, 24% abaixo da média histórica de 1981 a 2010, mas o índice pluviométrico foi de apenas 36 milímetros, ou 73% menos que a média.
É o pior cenário climático dos últimos dez anos. Com a seca, houve menor crescimento da fruta. A seca também reduziu o rendimento da cana colhida em agosto no centro-sul do país em 9,85%.
“As chuvas desse período estão diretamente relacionadas com o desenvolvimento dos frutos e, consequentemente, com o ganho de peso”, diz trecho de comunicado do fundo.
O tamanho médio da laranja indica agora a necessidade de 270 frutos por caixa de 40,8 quilos, ante os 256 frutos previstos inicialmente.
Praga
Esse é mais um problema enfrentado pelos citricultores, que também estão sofrendo com a alta incidência de greening nos pomares.
Considerada a principal praga da citricultura, o greening avançou neste ano nos pomares de São Paulo e Minas Gerais e atingiu o maior índice da história.
A doença está presente em 18,15% dos pés de laranja de São Paulo e do Triângulo/Sudoeste de Minas, segundo levantamento do Fundecitrus divulgado em agosto.
De acordo com o estudo, o cinturão citrícola formado pelos dois estados viu crescer 8,5% em relação ao ano passado o total de plantas doentes. O índice de 2017 era de 16,73%.