É o fim de uma era na Monsanto. Alguns dos principais executivos, incluindo o CEO Hugh Grant e o líder científico da gigante de sementes Robert Fraley anunciaram planos de partida após a aquisição da empresa pela alemã Bayer. A compra deve ser concluída por mais de US$ 66 bilhões neste trimestre.
Grant passou 35 anos trabalhando na empresa e fez um acordo para “buscar novas oportunidades”, afirmou em comunicado da companhia na segunda-feira (7). Já Fraley esteve na Monsanto por mais de três décadas e ajudou a criar sementes geneticamente modificadas (GMO), a tecnologia mais controversa da companhia e que redefiniu os rumos da agricultura moderna.
Executivos como Fraley e Grant estavam desde o início quando os transgênicos foram criados, afirma Chris Shaw, analista da empresa de pesquisa e mercado Crespi Hardt & Co. “Eles fizeram um ótimo trabalho”, afirma.
Defensor dos transgênicos
Fraley foi a cara pública da ciência das sementes geneticamente modificadas. Ele foi contratado aos 27 anos como PhD em microbiologia e em bioquímica e trabalhou em uma equipe que encontrou uma maneira de inserir genes em plantas. O resultado foi o transgênico Roundup Ready, capaz de tolerar o polêmico herbicida glifosato.
A tecnologia vem transformando a agricultura em todo o mundo. Ao mesmo tempo, vem inspirando protestos de ativistas. O ceticismo sobre essas técnicas permanece apesar do consenso científico que apoia a segurança de alimentos geneticamente modificados. Rótulos que avisam sobre alimentos não transgênicos se multiplicaram.
Fraley buscou melhorar a percepção dos consumidores sobre os GMOs, divulgando como eles apoiam a agricultura sustentável. Ele tentou, por exemplo, esclarecer que as pessoas podem desfrutar de mais florestas e espaços verdes pelo aumento da produtividade, sem precisar expandir o plantio a novas terras. Ele inclusive recebeu o Prêmio Mundial da Alimentação em 2012, junto com outros dois cientistas que realizaram inovações em biotecnologia. A premiação homenageia indivíduos e grupos que colaboraram com a qualidade, a quantidade ou a disponibilidade de alimentos.
Na medida em que Fraley esteve focado em defender os transgênicos, a tecnologia vem enfrentando desafios. Algumas ervas daninhas ganham cada vez mais resistência ao Roundup, fazendo com que novas ferramentas de edição genética sejam apontadas como o futuro da produção de alimentos.
Junto com Grant, Fraley afirmoiu que fusão com a Bayer deve acelerar as inovações na agricultura, particularmente com plataformas digitais que irão permitir aos produtores melhorar o microgerenciamento dos espaços para ampliar a produtividade, por meio da agricultura de precisão.
“O futuro dessa nova companhia, agora combinada, é emocionante”, afirmou Fraley em um Tweet.
Outros executivos da Monsanto irão se tornar membros da equipe de liderança de pesquisa da Bayer, o que inclui o presidente e chefe de operações Brett Begemann.
Enquanto a fusão da Bayer-Monsanto ainda espera a aprovação de órgãos reguladores, a Bayer afirmou na segunda-feira que espera que o acordo seja selado. Líder da divisão de ciências agrícolas da Bayer, Liam Condon será o responsável por liderar esse sucesso combinado.
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