A geada registrada na madrugada desta quarta-feira (24) atingiu parte dos cafezais plantados no Norte do Paraná, além de hortaliças, lavouras de trigo e milho e campos de chás. A Secretaria de Agricultura do Paraná (Seab) deve divulgar um balanço com os prejuízos somente daqui a cerca de um mês.
O produtor de café Mauro Vieira e Silva, de Londrina, testou nesta geada uma técnica diferente para proteger a lavoura. O guandu, uma leguminosa arbustiva, que foi plantada entre as mudas de café. Por crescer mais rápido, os ramos do guandu cobrem os pés de café. Os resultados foram animadores. “Onde o guandu estava bem formado salvou bem. Mas para ter um resultado melhor, precisa de pelo menos dois anos de formação.”
Mesmo com a técnica, ele também perdeu parte da plantação. “É muito cedo para falar, mas estimo algo em torno de 30%, 40% [de perda].” E se a previsão do Simepar se confirmar, a nova geada esperada para quinta-feira (25) pode causar ainda mais estragos. “O que não perdeu hoje pode ir amanhã.”
Segundo o Instituto Tecnológico Simeparos termômetros chegaram perto de 0 grau em Londrina, mas, com o vento, a sensação térmica alcançou a marca de -4 graus.
O produtor de hortaliças Eliel dos Santos passou a madrugada acordado para cuidar da plantação de alfaces. As perdas foram grandes por conta da geada, mas poderiam ter sido ainda piores. “Era 0h30 e percebi que já estava querendo formar geada. Liguei a irrigação e fiquei a madrugada cuidando dos pés de alface. O que consegui molhar foi salvo, mas perdi pelo menos 70% da produção”, lamentou.
Santos também registrou perdas substanciais nas plantações de abóbora e de milho. “Tinha um hectare plantado de milho, mas queimou tudo. Agora, só no ano que vem para recuperar. A abóbora volta mais rápido, em 60 dias. Mesmo assim, perdi tudo o que tinha plantado de abóbora Itália e paulista.”. Para ele, a força da geada foi surpreendente. “Esperava frio, mas não tanto. Na relva, meu termômetro chegou a marcar -3 graus.”
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