O orçamento do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) foi cortado praticamente pela metade em 2017, em meio a contenção de despesas do governo federal. A redução de 45,6% vem num momento em que o setor enfrenta uma crise internacional, provocada pela Operação Carne Fraca, e poucos dias após o ministro Blairo Maggi garantir que os produtores teriam R$ 1 bilhão em crédito para superar as adversidades provocadas pelo fechamento de mercados.
Ao todo, o Mapa terá um valor de R$ 1,204 bilhão para gastar ao longo do próximo ano, de um total de R$ 2,215 bilhões de despesas aprovadas pelo Congresso Nacional. O decreto com o detalhamento do contingenciamento foi publicado na quinta-feira (30), no Diário Oficial da União. As pastas que sofreram maior limitação são aquelas que têm um número maior de emendas de parlamentares.
Por outro lado, a área de Desenvolvimento Social e Agrário foi uma das mais preservadas, com um corte de 6,39% e terá mais recursos para gastar do que a pasta da Educação: R$ 32,99 bilhões.
O corte do orçamento incide sobre as despesas não obrigatórias. Antes mesmo do anúncio do corte, na última quarta-feira à noite, os órgãos do governo já estavam reclamando muito do aperto nas despesas. A expectativa é de que o corte total de R$ 41,2 bilhões possa ser parcialmente revertido à medida que fique mais clara a possibilidade de aumento da previsão de receitas.
A redução foi maior do que o governo esperava. Na avaliação da área econômica, é preciso buscar mais arrecadação para garantir o cumprimento da meta fiscal de déficit de R$ 139 bilhões e desbloquear parte do corte, sob pena de afetar o funcionamento da máquina do governo.
Além do Mapa, os ministérios mais afetados foram o do Turismo (67,96%); do Meio Ambiente (50,23%) e dos Esportes (48,67%).
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