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O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, anunciou ontem uma redução de 10% no preço mínimo do trigo para a safra 2010/11. O reajuste foi decidido na terça-feira, em reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), e entrará em vigor no dia 1.º de julho. "O preço mínimo estava muito acima do praticado no mercado" disse Rossi, por meio de nota divulgada pelo Ministério da Agricultura (Mapa), após reunião com cerca de 40 representantes da cadeia produtiva do trigo para analisar as políticas de curto e médio prazos para o setor.

Há um ano, o governo havia reajustado para cima os valores de garantia do cereal. A intenção era estimular a produção nacional, que atualmente atende apenas à metade do consumo interno. Agora, com o plantio praticamente finalizado no Paraná, o maior produtor, volta atrás. O preço mínimo para o trigo brando tipo 1, cuja produção está concentrada no Rio Grande do Sul, passou de R$ 441 para R$ 396 por tonelada. Para o trigo pão tipo 1, classe mais produzida no Paraná, o valor passou de R$ 530 para R$ 477. O trigo melhorador tipo 1, de melhor qualidade, teve seu preço reajustado de R$ 555 para R$ 499,50.

Desde meados do ano passado, as cotações de mercado estão abaixo do preço mínimo, o que obrigou o governo a apoiar a comercialização da safra. No Paraná, praticamente toda a produção de trigo de 2009 foi negociada em leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), que garantem o preço mínimo ao produtor.

Essa é a primeira vez que há uma redução dos preços mínimos desde que Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) foi criada, em 1943. O Mapa resistia à ideia de reduzir os valores, temendo uma queda brusca na área plantada com o cereal, mas a Fazenda insistia na revisão. O secretário adjunto de Política Econômica do Minis­tério da Fazenda, Gilson Bitten­court, disse ontem que a tese defendida para adoção dessa medida é que é preciso reduzir os preços mínimos quando for possível para elevá-lo com agilidade quando for preciso.

Segundo Rossi, os novos patamares de preço continuam acima dos registrados nas principais regiões produtoras de trigo do país. "O valor é quase 50% acima do que é pago no Paraná, e não é possível manter essa situação. O agricultor não pode produzir para entregar ao governo, mas ao mercado."

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