O produtor rural não tem o poder de mudar o clima, mas pode reduzir os riscos da seca na tomada de decisões. A avaliação é consenso entre meteorologistas e agrônomos. A saída é o agricultor optar pelas tecnologias que domina e plantar sementes menos carentes de água, dizem os pesquisadores da Embrapa Soja, de Londrina.
Na safra passada, as variedades de soja que alcançaram maior produtividade foram as de ciclo curto que podem ser colhidas com até um mês de antecedência. A exposição à ferrugem asiática (que se alastrou com as chuvas de janeiro) foi menor, na comparação com a soja de ciclo normal. Neste ano, a seca inverte a situação, diz Fernando Adegas, especialista em irrigação e fitotecnia. "Se a floração da soja de ciclo curto passar sem umidade, a produtividade vai cair." A de ciclo mais longo é mais resistente à seca, completa.
Mesmo quem optar por sementes de soja de ciclo mais longo não deve plantar logo após uma chuva fraca. "São necessários 50 milímetros para o plantio e 40 milímetros para o desenvolvimento inicial da lavoura", alerta o agrônomo da Embrapa Ademir Assis Henning, especialista em doenças das plantas.
Na hora de mudar de semente ou de optar por determinado insumo, é preciso ponderação, defende Lenita Jacob Oliveira, que pesquisa solo, soja e insetos. Ela diz que o produtor não deve assumir tecnologias que nunca usou. A escolha de fungicidas desconhecidos, por exemplo, dificultou o controle da ferrugem na safra passada. Os diferentes prazos de aplicação induziram o produtor a erros na ação preventiva.
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