Depois de se ver obrigado a adiar e cancelar pesquisas devido a cortes no orçamento de 2015, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) assegurou para o ano que vem a dotação dos recursos necessários à preparação do Censo Agropecuário 2016, que vai a campo a partir de abril de 2017.

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A notícia, comemorada pelo órgão, vem depois de a Contagem da População ter sido cancelada em caráter definitivo diante das restrições fiscais e da proximidade com o Censo Demográfico 2020.

De certa forma, o cancelamento da Contagem, anunciado em março deste ano, abriu caminho para a aprovação do Censo Agropecuário 2016. O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2016 trouxe R$ 325,8 milhões para que o IBGE execute a preparação ao longo do ano que vem, o que inclui aquisição de equipamentos. O valor ficou bem próximo ao solicitado pelo IBGE, mas ainda está sujeito a alterações ou contingenciamento - o órgão torce para que isso não aconteça.

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"O que mudou foi que a gente desvinculou o Censo da Contagem. [O projeto] Ficou mais barato", explica a presidente do IBGE, Wasmália Bivar. "Mas não é só isso. Acho que também teve a sensibilização do que o Censo Agropecuário representa hoje, não só para a economia, mas para a sociedade brasileira."

A presidente do órgão, no entanto, evitou avaliar se a gestão passada não considerava a pesquisa estratégica. No total, a pesquisa custará R$ 1,687 bilhão. Cerca de R$ 1,3 bilhão será desembolsado em 2017 - R$ 1 bilhão apenas com pessoal. O último Censo Agropecuário foi realizado em 2006.

No ano passado, o IBGE apresentou ao governo um projeto conjunto de realização da Contagem (então já atrasada) e do Censo Agropecuário, mas a dotação de que precisava para preparar a operação sequer foi incluída no projeto de orçamento para 2015. Os dois são levantamentos censitários, ou seja, são mais complexos do que um estudo feito por amostra e precisam de um ano de planejamento e outro para a execução.

A partir de agora, o IBGE vai se debruçar sobre o planejamento do Censo Agropecuário, que vai levantar informações sobre produção agropecuária, uso da terra e da água, segurança alimentar, sustentabilidade, produção em terras indígenas, uso de agrotóxicos, agricultura familiar, além de questões de gênero. O questionário final pode sofrer mudanças.

Outra finalidade será monitorar os objetivos assumidos pelo Brasil com o desenvolvimento sustentável. "Temos muitas expectativas em relação à realização desse Censo e tudo que ele vai dar de informação sobre esses temas.

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