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A população de Moreira Sal­­­­les, no Sudoeste do estado, vive um clima de apreensão e incertezas em relação ao futuro da atividade canavieira. Com a paralisação da moagem da Usina de Açúcar e Álcool Goioerê (Usinagre), boa parte dos trabalhadores teme ser demitida.

A reportagem Gazeta do Povo esteve na cidade e também na sede da usina, distante 15 quilômetros da área ur­­ba­­na, mas nenhum represen­­tante da empresa foi encontrado. A informação que cir­­cula no município é que a Usinagre estava em negociação e acaba de ser vendida para outra empresa do ramo no estado. Os supostos investidores não quiseram falar sobre o negócio. Os funcionários que ainda trabalham na unidade preferem não dar entrevistas.

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Moreira Sales, Regina Léscio Barbato, diz que cerca de 420 trabalhadores rurais ainda cum­­­­prem jornadas diárias na usina e recebem o salário mínimo. "Antes de 2008, a usina empregava cerca de 1,2 mil trabalhadores da cidade. Com a obrigação do corte diário de 4 toneladas, eles conseguiam rendimento mensal de R$ 1,5 mil. Agora são obrigados a se contentar com o mínimo, enquanto esperam a resolução desse impasse", diz Regina.

Além do Paraná, o Brasil como um todo está seguindo em marcha lenta no setor sucroenergético. De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), cerca de um terço das 360 usinas de cana-de-açúcar da região Centro-Sul do país, a maior produtora, estão com problemas financeiros.

"O país não pode se dar ao luxo de ter destilarias ociosas. É o mesmo que jogar dinheiro fora. Precisamos de planejamento estratégico entre o setor e o governo; traçar metas de quanto poderemos abastecer a frota nos próximos cinco anos e buscar isso", enumera Sérgio Prado, representante da Unica em Ribeirão Preto.

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