O agronegócio no Paraná já tem uma ligação íntima com recordes. Apelidado de “celeiro agrícola”, o estado vende aos milhões de toneladas, no mercado interno e externo, produtos como soja, milho e frango. Conforme estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado tem um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 350 bilhões. Uma fatia de 35% de tudo isso tem origem na agropecuária. Somente as cooperativas, sobre as quais se apoia boa parte dos dividendos gerados com o agro, faturam mais de R$ 64 bilhões ao ano. Mas junto com as cifras positivas, há um desafio social ao setor: colocar 200 mil propriedades, em um universo de 371 mil no estado acima da renda de dois salários mínimos.
Para atingir cifras recordes e para conseguir medir com exatidão o universo rural no estado, a responsável por isso é a extensão rural. Esse acompanhamento detalhado de produtores rurais para maximizar a produtividade alavancou a agricultura no estado. A proposta é executada no estado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Paraná (Emater), que completou 60 anos na última semana. Esse trabalho permitiu a agropecuária sair de um panorama rudimentar, na década de 50, para a situação em que o Paraná se situa hoje no mercado global. Mas a extensão rural agora tem novos desafios.
O presidente da Emater Paraná, Rubens Ernesto Niderheitmann, conta que no estado ainda existe 160 mil propriedades com área inferior a 10 hectares e 200 mil propriedades com renda mensal inferior a dois salários mínimos. “Em alguns casos, existem produtores e propriedades sem nenhum tipo de assistência, abaixo da linha de pobreza”, cita. Ele coloca como principal desafio para o extensionismo do futuro a inserção do pequeno produtor à tecnologia. “Tem a ver com o econômico e social, com renda e qualidade de vida no campo e na cidade”, diz.
Norberto Ortigara, secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná, diz que a missão do estado é levar tecnologia para a linha de frente da agricultura. “Temos o desafio de levar a agricultura de precisão à pequena propriedade. Para isso também temos que ter profissionais qualificados para fazer com que a ciência moderna chegue a esses locais”, relata.
Nomeações
Há dois anos, os aprovados no concurso que previa 400 vagas na Emater vivem na tentativa de forçar o estado a fazer as nomeações. Os candidatos selecionados chegaram a fazer exames médicos e escolher as cidades para trabalhar. O concurso, no entanto, está às vésperas de vencer e até agora ninguém foi chamado para trabalhar. Ortigara diz que espera uma definição da Secretaria da Fazenda para encaminhar as contratações. A Secretaria Estadual da Fazenda, afirma que desde o ano passado foi dada autorização viável para a contratação de apenas 143 concursados e que não há orçamento para a convocação de todos os candidatos.
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