Processamento cai no Rio Grande do Sul, maior produtor nacional.| Foto: Foto:daniel Castellano/gazeta Do Povo

A produção de uva do Brasil está caindo de 1,5 milhão para 1,3 milhão de toneladas da safra 2012/13 para a atual por problemas climáticos -- conforme os números em consolidação no setor. Por outro lado, houve indústria que conseguiu elevar o processamento. E a qualidade dos sucos e dos vinhos também não teria sido afetada.

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O volume de uva processado pela Vinícola Zanlorenzi, que era de 20 mil toneladas ao ano,  bateu a marca de 22,4 mil toneladas, conforme nota da indústria. A empresa, com sede em Campo Largo (PR), confirma que houve quebra na colheita em sua área de abrangência (do Rio Grande do Sul ao Paraná). Mas atribui o aumento no volume processado a um investimento de R$ 1,2 milhão em novas instalações (máquinas, caldeira, esgotador e pasteurizador).

“Isto foi fundamental para aumentar a capacidade de produção da companhia”, afirma o presidente da vinícola, Giorgeo Zanlorenzi. A estratégia é minimizar os efeitos dos problemas climáticos na indústria e nos sucos e vinhos, relata.

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A safra brasileira de uva caiu na temporada 2013/14 devido à irregularidade climática. Faltou chuva nos parreirais e as geadas do meio de 2013 tiveram consequências diversas, como o abandono de parte das plantações e o atraso da colheita no Paraná. As perdas chegam a um terço e acentuam a queda no processamento verificada nos últimos anos.

O Rio Grande do Sul, maior produtor nacional de uva e vinho, processou 611 mil toneladas de uva em 2013 (12% a menos que em 2012). Responsável por 54% da colheita brasileira, conforme o IBGE, o estado havia atingiu o pico de 710 mil toneladas beneficiadas em 2011. Em 2012, o volume havia caído para 697 mil toneladas. Agora, com a redução na safra 2013/14, deve haver nova queda no processamento.

O resultado da safra nacional depende do clima também do Sudeste e do Nordeste. São Paulo (Sudeste) -- segundo maior produtor conforme o IBGE -- colheu 15% da uva das últimas três safras e também registrou veranicos entre dezembro de 2013 e fevereiro deste ano. Os estados nordestinos de Pernambuco e Bahia tiveram, respectivamente, participação de 14% e de 5% no triênio 2010-2012 e ainda estão consolidando números da última colheita, realizada em meados de 2013.

O estado com parreirais mais atingidos pelos veranicos é o Paraná -- quarto maior produtor, atrás de RS, SP e PE e à frente da BA. Detinha 6% da colheita de 2010 a 2012 e tende a perder pontos no balanço da temporada.