Quando o assunto é agricultura, o clima se destaca como o fator número um em termos de importância. Neste ano, porém, as previsões de falta ou de excesso de chuvas e das temperaturas em todos os continentes agrícolas interferiram sobre o mercado internacional mais do que nunca. Até poucos dias atrás, era a seca na América do Sul que pesava sobre os valores da soja, do milho e do trigo negociados na Bolsa de Chicago. Agora, além das condições meteorológicas apontadas para Brasil, Argentina e Paraguai, é o clima no Hemisfério Norte que começa a atrair para si os holofotes do mercado internacional de commodities agrícolas, sem dar tempo de os traders digerirem os efeitos passados.

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Por enquanto, São Pedro tem dado sinais de que vai favorecer a safra nos Estados Unidos, maiores produtores mundiais de soja e milho, depois de o país ter registrado duas frustrações em sua produção de grãos, mas não tão severas quanto a que os países sul-americanos sofreram neste ano. Com a ajuda das chuvas e da alta tecnologia, os agricultores norte-americanos aceleraram os trabalhos de campo. O plantio no cinturão de produção do país, o Corn Belt, como é conhecido, segue em ritmo dobrado em relação ao ano passado. No caso do milho, a semeadura terminou quase um mês antes da de 2011 e a da soja entra na reta final nesta semana. Esse cenário de antecipação de plantio e colheita, realidade em todos os países agrícolas, deve ser refletido mais cedo do que o normal nas cotações dos grãos na Bolsa de Chicago e, consequentemente, no Brasil, segundo maior produtor de soja e milho do planeta. É o que mostra a reportagem de capa do caderno Agronegócio Gazeta do Povo desta semana.

O mercado ainda não sabe o tamanho do tombo que as cotações devem sofrer no segundo semestre, para quando prevê a entrada da colheita dos Estados Unidos. Mas sabe que a principal interferência no Brasil se dará sobre os preços do milho, produto que tem excedente exportável recorde neste ano – mais de 10 milhões de toneladas. Isso leva os especialistas a crer que a soja voltará a ser preferência nas lavouras brasileiras na próxima temporada de verão, o que tende a ser um fator baixista para as cotações do produto. O salvaguardas do campo tende a ficar por conta do imprevisível câmbio e clima.

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