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Laboratório quer tornar biogás mais barato e melhor

O primeiro laboratório brasileiro para pesquisas com biogás entrará em operação com uma missão ambiciosa: torná-lo melhor e mais barato. Espe­ci­a­listas responsáveis pela iniciativa que será desenvolvida no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), em Foz do Iguaçu, a partir do segundo semestre, terão como tarefa principal testar a capacidade de novas matérias-primas e equipamentos de filtragem que possam garantir maior qualidade ao gás a custos cada vez mais acessíveis.

O laboratório é resultado de um termo de cooperação firmado entre o PTI, o Observatório Brasil de Energias Renováveis, a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento In­­dustrial (Onudi) e a Universi­dade de Recursos Naturais e Ciências Aplicada à Vida, na Áustria. Cerca de R$ 75 mil serão repassados pela Onudi para a compra dos equipamentos e os austríacos auxiliarão na montagem da estrutura e na capacitação dos técnicos. A ideia é integrar este a outros laboratórios em vários estados para a formação de uma rede de pesquisas.

"O Paraná está bem à frente na corrida pela excelência no desenvolvimento de energias renováveis, principalmente em relação ao biogás. Uma das vantagens é a característica agroindustrial do estado, com um potencial bastante grande e ainda pouco explorado", aponta o supervisor da Coor­denação de Energias Renováveis da Companhia Paranaense de Energia (Copel), Francisco José de Oliveira.

Segundo o especialista, o principal desafio é a popularização da produção e do consumo do biogás. A resistência está no custo ainda alto dos biodigestores. O custo da estrutura necessária - como as piscinas onde o material orgânico é armazenado e processado, os filtros e o gerador - pode variar de R$ 10 mil a R$ 110 mil, dependendo do tamanho da propriedade e da quantidade de matéria orgânica produzida.

Alguns modelos que estão sendo testados, como o construído pelos irmãos Pedro e Paulo Köhler, podem reduzir esse valor. O desenvolvido pela Köhler Biodigestores – empresa de Toledo incubada no PTI – reduz o investimento para até um terço. Com os dejetos de 40 vacas leiteiras, o biodigestor de 40 m³ instalado há quase um ano na propriedade de 33 hectares produz o equivalente a um botijão de 13 kg de gás por dia – os menores, de 5 m³, geram três botijões por mês.

Apesar de na maioria dos casos o custo ser ainda alto, o retorno compensa, garante José Carlos Colombari, proprietário da Granja São Pedro, pioneira na transformação de dejetos animais em energia elétrica. Instalada em São Miguel do Iguaçu, no Oeste do estado, a propriedade gera o suficiente para suprir a própria demanda e ainda vender o excedente à Copel. Um sistema bidirecional faz com que, em momentos de baixo consumo, a energia gerada a mais seja remetida ao sistema, invertendo o fluxo quando o consumo supera a produção.

Também integram a experiência a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), com a estação de tratamento Ouro Verde, a Cooperativa Lar, com três unidades, e o Laticínio StarMilk, de Céu Azul. Juntos, os quatro fornecedores têm capacidade para produzir 484 KW, o suficiente para manter o consumo de cerca de 100 casas de porte médio. Definida em leilão, a tarifa praticada é de R$ 128,50 por MWh produzido e enviado à rede de distribuição.

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