Resistente a uma das principais pragas da agricultura brasileira, o milho Bt chega aos campos do país com a promessa de cortar custos e facilitar o manejo da lavoura. Para combater a lagarta-do-cartucho na Fazenda Graciosa, em Peabiru (Noroeste), Roberto Luiz Stefanuto faz entre três e quatro aplicações de inseticida por safra. Atraído pela promessa de gastos menores e manejo facilitado, resolveu experimentar a tecnologia GM. Como não encontrou híbridos adaptados, reservou apenas 10 hectares às sementes modificadas, 3% dos 300 hectares cultivados com milho neste verão. Na lavoura convencional, aprimorou a tecnologia aplicada: aumentou os nutrientes, ampliou o espaçamento e melhorou o stand (plantas/hectare). A expectativa é colher uma média de 12 mil quilos por hectare, 18% mais que no ano passado, conta o gerente da fazenda, Amarildo Aparecido Coradini.

CARREGANDO :)

Ilsioni Francisco Cherubini, de Medianeira (Noroeste), que cultivou campos experimentais de milho Bt na última safrinha, se diz satisfeito com os resultados. Neste ciclo de verão, não plantou o cereal geneticamente modificado porque as sementes encomendadas não chegaram a tempo, mas pretende fazer uma safrinha 100% GM no início do ano que vem.

Ainda na Região Noroeste do estado, Pedro Jacob Lakus, de Foz do Iguaçu, e Gabriel Jort, de Campo Mourão, afirmam que querem experimentar a tecnologia na safra de inverno. Jort, que não plantou milho transgênico no verão porque não encontrou sementes, diz que costuma fazer entre duas a seis aplicações de inseticida na safrinha. Neste ano, na lavoura com pouco mais de um mês, já fez quatro aplicações e diz que ainda vai precisar de pelo menos mais uma para controlar a lagarta-do-cartucho. Em cada aplicação gasta em média R$ 16,70 por hectare apenas para adquirir o produto.

Publicidade

Nelson Paludo, produtor em Toledo (Sudoeste) e presidente do sindicato rural do município, conta que fez reserva de semente GM para este verão, mas como entrega atrasou, acabou semeando 67,5 hectares com o cereal convencional. "Mas na safrinha, se não for Bt não planto mais milho", assegura.