Das 53 milhões de toneladas de cana disponíveis para a indústria paranaense na safra 2009/10, 43 milhões foram moídas até o final do ano passado. Dez milhões de toneladas da gramínea, 19% do total, ainda estavam no campo no início de 2010. Considerando que o Paraná destina 45% da safra à produção de açúcar e 55% à fabricação de etanol (11% anidro e 44% hidratado), o estado deixou de produzir 470 milhões de litros de álcool e 612 mil toneladas de açúcar. Os dados são da Alcopar, associação que representa os produtores de cana do estado.
No ano passado, o Paraná produziu 2,402 milhões de toneladas de açúcar e 1,781 bilhões de litros de álcool. A produção do alimento recuou 1% ante o ano anterior e a do combustível foi 11% menor. Ainda assim, o estado conseguiu ampliar as suas exportações de açúcar em 16%, para 2,263 mil toneladas. As vendas externas de álcool, na contramão, despencaram 46% no ano passado, somando apenas 399 mil litros.
A redução nas vendas de etanol é creditada ao arrefecimento da demanda mundial e à queda dos preços do álcool no mercado internacional. Já as exportações de açúcar foram beneficiadas pela quebra da safra da ìndia, principal exportador, que elevou as cotações internacionais e aumentou a participação brasileira no comércio global do alimento.
José Adriano da Silva Dias, superintendente da associação, rebate as crítica de que as usinas estariam priorizando a produção de açúcar e diminuindo a quantidade de cana destinada à fabricação de álcool. Segundo ele, das 30 unidades de moagem do estado, 8 são destilarias, equipadas apenas para a produção de etanol. As outras 22 podem, em tese, optar por um ou outro produto. Em tese porque a flexibilidade para remanejar a produção é limitada.