O Banco do Brasil iniciou a liberação dos financiamentos de custeio da safra 2008/09 e já distribuiu R$ 450 milhões do total previsto de R$ 2 bilhões ao Paraná, considerando a soma dos recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e aos médios e grandes produtores. O Sicredi fechou contratos de custeio e liberou R$ 190 milhões ao estado, do total previsto de R$ 700 milhões.
Esses recursos atendem 30% da demanda por crédito para custeio da agricultura paranaense. A necessidade restante será coberta por recursos próprios e por outras fontes, a juros de mercado. A venda antecipada de soja soma apenas 10% da futura safra, contra 30% no ano passado.
Destaca-se a significativa elevação do custo operacional de produção, devido ao aumento dos preços dos fertilizantes e da energia, chegando a R$ 18,87 e R$ 27,75 a saca do milho e da soja consideradas produtividades de 120 e 55 sacas por hectare, respectivamente. A perspectiva de aumento da área cultivada se mantém em torno de 2% na soja e 4% no milho.
Milho
A seca ocorrida em julho e o excesso de chuva na primeira quinzena de agosto não comprometeram em maior grau a produção da segunda safra. A colheita ocorreu em 75% da área e a expectativa de produção se mantém em 5,5 milhões de toneladas, bem como a produção total paranaense em 15,2 milhões de toneladas. Os produtores comercializaram 88% da safra e 10% da safrinha, por preço médio de R$ 21,31 em julho, estáveis nas duas últimas semanas entre R$ 18,2 a R$ 19 a saca.
O aumento da produção americana, a volta da Argentina ao mercado exportador e a menor especulação dos fundos influenciaram a redução das cotações na CBOT (Bolsa de Chicago), embora com elevada volatilidade. Para setembro e dezembro, estão oscilando entre US$ 5,7 a 6,0/bushel ou R$ 21,0 a R$ 22,5 a saca CIF Paranaguá. Na BM&F, as cotações se mantêm mais estáveis, entre R$ 23,5 a R$ 25,8 a saca para setembro a novembro.
A exportação se mantém lenta pela baixa taxa de câmbio. Os preços vão buscando a paridade da exportação. No transferido, em Paranaguá, o preço oscila entre US$ 12,8 a 13,7 para setembro a dezembro.
Soja
Os produtores já comercializaram 90% da produção e nos meses de junho e julho receberam entre R$ 45 a R$ 46 a saca. Em agosto, os preços caíram para R$ 39 a R$ 41 a saca e, nas últimas duas semanas oscilaram entre R$ 41 a R$ 42,4.
A melhoria nas condições da safra americana e o menor crescimento da economia mundial provocaram movimento de baixa nas cotações da CBOT, mas com grande oscilação, de US$ 13,0 a US$ 13,7/bushel nas duas últimas semanas. Isto corresponde a R$ 48 a R$ 50 CIF Paranaguá e R$ 45,5 a R$ 49 no mercado de lotes no interior.
Trigo
A colheita ocorreu em 20% dos 1,1 milhão de hectares plantados. As chuvas ocorridas na primeira quinzena de agosto prejudicaram a qualidade do produto em 25% da área colhida, mas não comprometeram a produção total, que continua estimada entre 2,8 a 3 milhões de toneladas.
Devido ao aumento da produção mundial, à maior disponibilidade de produto argentino e paraguaio para exportação e ao aumento da produção brasileira, os preços médios recebidos pelos produtores foram de R$ 41 a saca em abril e maio, R$ 40 em junho, R$ 35,9 em julho e estão em R$ 27,5 a R$ 28,5 a saca, menos que o preço mínimo de R$ 28,8 e o custo operacional de R$ 37,45 a saca.
Essa situação levou o governo a intervir no mercado através de duas medidas: aquisição (AGF) de 350 mil toneladas dos produtores do Paraná e do Mato Grosso do Sul pelo preço mínimo; e lançamento de leilões semanais de contratos de opção de venda para um volume total de 500 mil toneladas, 300 mil do Paraná e 200 mil gaúchas e catarinenses. O primeiro aviso abrange 100 mil toneladas, com exercício da opção para março/2009, ao preço de R$ 530 a tonelada.
No mercado de lotes, o preço está em R$ 500 a 510 a tonelada e o custo do produto argentino posto São Paulo é de US$ 385/t.
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