Os sindicatos rurais e as federações do setor tentam acelerar as negociações entre caminhoneiros e governo para que as consequências da greve não se agravem. A articulação foi ampliada nesta terça-feira em Mato Grosso e no Paraná.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Paraná (Faep), Ágide Meneguette, fez apelo para que os manifestantes "procurem pensar que os prejuízos estão sendo arcados por quem não tem o poder de atender às reivindicações".
"O Brasil viu a manifestação, conhece as reivindicações. Agora é preciso bom senso. O radicalismo não leva a lugar nenhum", argumentou. Em sua avaliação, há risco de os protestos se estenderem e provocarem prejuízos astronômicos na pecuária leiteira, na cadeia do frango e na dos suínos, bem como na agricultura, que começa a sentir falta de diesel e interromper a colheita.
FamatoO presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, afirma que a situação se agrava porque não há um comando geral. "Estamos ajudando na interlocução. Sem um comando de greve, a situação só deve se encaminhar com muita conversa. Nossos sindicatos estão fazendo esse trabalho em cada cidade."
Prado afirma que o agronegócio está do lado dos caminhoneiros no protesto contra o preço do diesel, embora tema desabastecimento e enfrente paralisação das atividades nas fazendas que não tinham estoque de combustível.
O setor cobra revisão na política que elevou o preço do insumo. "A presidente [Dilma Rousseff] tem que tomar uma posição", afirma Prado.
Em sua avaliação, a paralisação da retirada da safra de soja do campo terá consequências graves em dez dias. "Há muita lavoura pronta para a colheita."