Navio que atravessar Atlântico a partir do Tegram chegará até cinco dias antes na Europa do que as embarcações que partem de Santos ou Paranaguá.| Foto: Fotos: Jonathan Campos/gazeta Do Povo
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São Luís (MA) – As exportações brasileiras de soja e milho pelo grupo de portos situados no Arco-Norte do país ganham novo impulso a partir dessa semana. Termina hoje o embarque do primeiro navio de soja no Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), no Porto de Itaqui, em São Luís (MA). A Expedição Safra Gazeta do Povo conferiu in loco a operação, que abre uma nova porta de saída para a produção do agronegócio no Centro-Norte do Brasil.

A nova estrutura exigiu dois anos de obras e um aporte de R$ 600 milhões, viabilizado por quatro grandes grupos (CHS e Nova Agri, Glencore, CGG Trading, Consórcio Crescimento). Por enquanto as movimentações são feitas em ritmo de teste e o fluxo deve se intensificar a partir de junho, revela o porta-voz do Tegram, Luiz Claudio Santos.

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Na primeira fase do projeto serão utilizados quatro armazéns, que somam uma capacidade estática de 500 mil toneladas (125 mil em cada galpão, volume suficiente para encher dois navios Panamax). Cada unidade de recebimento possui dois tombadores de caminhões que, aliados a conexão com um ramal ferroviário, devem garantir embarque de 2,5 mil toneladas por hora nos navios. Haverá prioridade para embarque no berço 103 -- um dos sete em operação em Itaqui -- o que também deve reduzir o tempo de espera para atracação das embarcações.

Conforme Claudio Santos, ainda neste ano será possível exportar 2 milhões de toneladas de grãos pelo Tegram. O mercado, entretanto, aposta em um volume menor em 2015, em torno de 1 milhão de toneladas.

VEJA ABAIXO IMAGENS DO PORTO E DO TEGRAM

Santos estima que em até 4 anos é possível chegar a 5 milhões de toneladas embarcadas, acionando o gatilho para a segunda rodada de investimentos do projeto. “Esse será o auge, quando vamos exportar 5 mil toneladas por hora utilizando mais um berço preferencial”, diz. Os planos de expansão também incluem um aporte complementar de até R$ 400 milhões em estruturas próximas aos polos de produção (Centro-Norte do Brasil) como terminais de transbordo e armazéns.

Os responsáveis pelo terminal apostam na expansão baseados no encurtamento de distâncias tanto para exportadores quanto para consumidores. “O trajeto do navio que sai de São Luís para a Europa fica sete dias mais curto em relação aos portos de Santos e Paranaguá”, compara Claudio Santos. O trajeto a partir de Itaqui pode ser cumprido em dez dias, reforça.

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“O Tegram vai abrir novas fronteiras agrícolas, fazendo com que Itaqui não seja um porto que atenda apenas o Maranhão, mas também outras áreas de expansão, como Piauí, Bahia, Tocantins e Mato Grosso”, pontua Ted Lago, CEO da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), entidade pública responsável pelo porto de São Luís.

Colaboraram Luana Gomes e Giovani Ferreira