A colheita da soja em Mato Grosso começa com produtividade de 50,6 sacas por hectare, aponta relatório divulgado nesta sexta-feira (08) pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Foram colhidos 25 mil hectares nos últimos dias (0,3%) e as atividades tendem a continuar em ritmo lento.
As 50,6 sacas por hectare estão bem perto da média projetada pelo Imea para esta safra, que é de 50,8 sc/ha. O órgão, ligado à Federação da Agricultura de Mato Grosso (Famato) rebaixou previsão de colheita de 29 milhões para 28 milhões de toneladas no ano passado. Nos últimos dois anos, a produtividade ficou em 51,9 sc/ha.
Os produtores relatam que haverá perda equivalente a mais de dez navios carregados de soja por falta de chuva, mas também informam que houve mais replantio do que o normal. A produtividade das lavouras replantadas e das semeadas tardiamente ainda é uma incógnita, diante do retorno das chuvas. Em Sorriso, maior produtor de soja do país, o presidente do Sindicato Rural, Laércio Lenz, defende que seja decretado estado de emergência, prevendo forte impacto financeiro na economia local.
O atraso nas lavouras é relativo. Nesta época do ano passado, a colheita estava em 1,9%. Agora, representa apenas 0,3% da área plantada, e restringe-se à metade Sul e ao Oeste do estado. Dependendo da região, a diferença vai bem além de um ponto porcentual. Produtores e técnicos do Nordeste de Mato Grosso, por exemplo, falam em até um mês de atraso devido ao plantio tardio.
Neste mês, a meteorologia registra chuvas diárias para regiões agrícolas como as de Sapezal, Sorriso, Canarana e Rondonópolis, tranquilizando os agricultores que enfrentaram seca nos últimos meses.